Anorexia Nervosa: ser magro(a) não é sinônimo de felicidade
Os padrões de beleza mudam de acordo com a época, cultura e necessidades. Nos tempos atuais, devido ao apelo à venda de produtos de emagrecimento e rejuvenescimento pela indústria cosmética e da moda, foram criadas necessidades e padrões estabelecidos para que nos encaixemos sem nenhum questionamento.
A mídia e as redes sociais também contribuíram de maneira significativa no aumento de pessoas insatisfeitas com suas aparências e buscando um ideal de beleza que somente existe nos programas de Photoshop.
Esta insatisfação com o corpo, por medo da rejeição, por não estar nos critérios dos padrões de beleza impostos pela ditadura da magreza, deu espaço para o aumento de casos de Anorexia Nervosa, um dos transtornos com mais índices de morte.
Por este motivo, este artigo tem a finalidade de informar as famílias e a sociedade para a gravidade deste transtorno, de modo que possam se envolver de maneira construtiva e empática acerca dos padrões inatingíveis criados pela mídia e que são geradores de comparação, sofrimento e transtornos.
Objetiva igualmente que os familiares estejam atentos aos sinais e características de quem sofre de Anorexia Nervosa para caso identifique algum familiar com os comportamentos que serão elucidados, a família busque ajuda e tratamento, visto que a pessoa com Anorexia não se percebe doente.
A Anorexia Nervosa
A Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar e psicológico que acomete principalmente mulheres na faixa etária entre o final da adolescência e o início da idade adulta.
É um dos transtornos mentais com alta taxa de mortalidade, superando inclusive a Depressão e a Esquizofrenia.
A pessoa pode ir a óbito por desnutrição, parada cardíaca ou suicídio.
Um dos pontos problemáticos da Anorexia Nervosa é que a pessoa não se percebe doente, inclusive sendo difícil convence-lo(a) de que precisa de ajuda urgente, de tratamento médico e psicológico.
A Anorexia Nervosa apresenta 3 características bastante peculiares:
1-Percepção distorcida da autoimagem:
Por mais magra que a pessoa esteja, ela se sente, se percebe e se vê
acima do peso ou obesa.
2- Comportamento obsessivo e restrição alimentar:
A pessoa apresenta uma verdadeira obsessão em estar magro(a), apresentando comportamentos obsessivo-compulsivos para continuar emagrecendo.
Contudo, para quem sofre de Anorexia, este ideal de magreza, o “peso ideal” nunca é alcançado e enquanto isto a pessoa vai definhando e se consumindo cada vez mais, podendo chegar à inanição.
3- Comportamento de esquiva alimentar por medo do ganho de peso:
comportamento de evitação em participar das refeições familiares por medo de observação e supervisão, contar calorias, verificar constantemente o peso na balança, dietas rígidas e jejuns prolongados, olhar-se compulsivamente no espelho, abuso de alimentos termogênicos, laxantes, anfetaminas, diuréticos e atividades físicas extenuantes.
Caso se alimente, faz indução do vômito provocado por sentimento de culpa, de auto traição.
Obs.: O comer compulsivo seguido da indução de vômito é mais comum na Bulimia; contudo, também pode acontecer na Anorexia, agravando-a, devido à restrição alimentar.
1- Amenorréia (suspensão da menstruação);
2- Risco de infertilidade;
3- Devido à acidez estomacal, os constantes vômitos danificam o esôfago e os dentes;
4- Risco de desenvolvimento de problemas ósseos, como a Osteoporose;
5- Queda de cabelos e quebra de unhas;
6- Anemia;
7- Desidratação;
8- Falta de energia, sensação de esgotamento e desmaios;
9- Baixa do sistema imunitário;
10- Problemas cardíacos;
11- Circulação sanguínea precária;
12- Devido à desnutrição extrema, risco de morte por falência múltipla de órgãos;
13- Dependendo da gravidade, algumas complicações clínica podem ser irreversíveis.
14- Complicações Psicológicas:
15- Probabilidade em desenvolver transtornos depressivos;
16- Probabilidade em desenvolver transtornos ansiosos como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC);
17- Alterações de humor;
18- Risco de morte por suicídio;
As causas são genéticas e psicossociais, estando diretamente relacionada aos padrões de beleza impostos pela sociedade e que são inatingíveis.
O tratamento da Anorexia Nervosa envolve uma equipe multidisciplinar composta por Nutricionista, Psicólogo, Endocrinologista e Psiquiatra.
A Psicoterapia cognitivo comportamental e a sistêmica têm se mostrado bastante eficientes.
Quanto à medicação, o psiquiatra pode receitar antidepressivos como inibidores seletivos de recapturação da serotonina e em casos mais graves, os antipsicóticos.
Cuidado com as críticas destrutivas:
Não há nada mais cruel, que atormente e mine a autoestima de uma pessoa que as criticas destrutivas.
Observações como:
“você está muito feia com este corpo”, “você precisa emagrecer”, “Você já se olhou no espelho?”, “Você está ridícula com este biquíni”, “Você ultrapassou dos limites, já é hora de emagrecer!”, “olha a sua amiga, ela está bonita, está magra”, englobando também as críticas em outros ambientes sociais e práticas que infelizmente não são incomuns como o bullying nas escolas, utilizando apelidos e segregando a pessoa por conta do seu peso.
Estes comportamentos não agregam em nada, podendo destruir a autoestima e ser o gancho eliciador para o desenvolvimento da Anorexia, principalmente em adolescentes.
Portanto, muito cuidado com críticas destrutivas seja em casa, nas escolas ou no ambiente de trabalho.
Cada um é um ser único e especial. Ninguém precisa seguir nenhum padrão de beleza para ser feliz e ser aceito.
Entenda que beleza vai muito mais além de um “corpo perfeito”.
Este artigo tem função informativa e psicoeducativa, não substituindo o diagnóstico profissional. Caso se identifique com os sintomas elucidados, procure ajuda médica e psicoterapêutica.
*Escrito por Soraya Rodrigues de Aragão, CRP 11- 06853
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