Meu parceiro coloca os pais dele em primeiro lugar: o que posso fazer?

Por Valeria Sabater

Nunca conhecemos totalmente alguém até vermos o relacionamento que eles têm com seus pais. Tanto é verdade, que há quem coloque os pais antes do companheiro e até dos filhos. O que devemos fazer nesses casos?

“Meu companheiro coloca a família em primeiro lugar, não importa a circunstância ou o problema que tenhamos que resolver, cada decisão passa primeiro pelo filtro de seus pais. Já faz muito tempo, três anos nessa relação e não sei mais o que fazer”.

Por mais curiosa que nos pareça essa circunstância, ela ocorre com certa frequência e costuma ser fonte não só de problemas, mas também de inúmeras rupturas.

Costumamos dizer que quando formalizamos um relacionamento com alguém e começamos uma vida juntos, nos comprometemos com essa pessoa; não com sua família.

No entanto, presumir que isso vai realmente acontecer, às vezes, é inocente. Cada um de nós traz todo um legado de figuras familiares que, sem necessidade de estar presentes, nos determinam.

Ou seja, às vezes não é necessário que os pais ou irmãos do nosso parceiro estejam em casa. Às vezes são percebidos e tornados visíveis em seus comentários, raciocínios e nos mandatos invisíveis que continuam a determiná-los.

O peso da família pode estar mais ou menos presente em cada um, mas saber nos distanciar desses fios é sinônimo de maturidade e bem-estar.

Quando isso não acontece, quando alguém coloca a própria família antes do companheiro ou dos filhos, grandes brechas se abrem na convivência. Nós o analisamos.

Meu parceiro coloca sua família em primeiro lugar: estratégias para lidar com esta situação

Adoraríamos ter uma bola de cristal para que pudéssemos prever o futuro. Porque quando começamos um relacionamento com alguém nem sempre intuímos ou percebemos certas coisas. Além do mais, o que geralmente acontece é que mesmo olhando alguns aspectos, adicionamos um filtro dourado chamado idealização. Assim, caso nosso parceiro seja muito familiar, é algo que costumamos ver favoravelmente no início.

No entanto, pode ser que, com o tempo, o apego com a sua família se mostre excessivo. É bem possível que, em algum momento, descubramos, maravilhados, que para nosso parceiro os pais sempre vêm em primeiro lugar. É verdade que às vezes podemos entender reações muito específicas, mas quando essa tendência se torna algo constante, o alarme acende.

O que podemos fazer nessas circunstâncias?

1. Comunicação assertiva: minhas necessidades, suas prioridades

Quando meu parceiro coloca sua família em primeiro lugar, a última coisa que tenho que fazer é ficar quieta. Ficar calado enquanto esperamos pelas mudanças não é sutil nem aconselhável. Você tem que fazer uso de uma comunicação assertiva e empática.

Declare a situação com calma e clareza.

Sempre tente dar exemplos concretos explicando como você se sentiu a respeito dessas reações ou comportamentos. Evite fazer acusações. É apenas expor a realidade.

Incentive um diálogo empático para deixar claro o que você precisa e o que espera da outra pessoa (espero seu apoio, quero que esteja comigo quando eu precisar de você, quero ser uma prioridade e não algo secundário em sua vida … )

É bem possível que nosso parceiro nem tenha consciência de seu comportamento. Para ele, é comum colocar a família em primeiro lugar, algo que sempre fez. Você precisa mostrar que o comportamento está prejudicando o relacionamento.

2. Ele se sente culpado por não passar mais tempo com os seus pais/strong>

Uma das razões pelas quais meu parceiro coloca sua família em primeiro lugar é porque ele se sente culpado por não passar mais tempo com eles.

Quando uma pessoa tem um apego excessivo aos pais, é muito difícil romper aquele “cordão umbilical emocional” de um dia para o outro. Você precisa entender que, não por ter sua própria vida, não por ter um parceiro e priorizando este último, você ama menos seus pais.

É recomendável que você faça um exercício de introspecção e amadurecimento a esse respeito. Devemos lembrar que a qualidade de um relacionamento depende, em muitos casos, da habilidade de seus membros em estabelecer relacionamentos saudáveis.

Estudos como os realizados na Universidade de Cambridge, por exemplo, indicam que ter amigos e família é um bom apoio emocional e psicológico. No entanto, essas redes sociais são secundárias, enquanto o vínculo do casal é a prioridade.

3. Manter a privacidade é respeitar: proibido compartilhar detalhes com a família

Algo que tende a acontecer com alta frequência é compartilhar fatos particulares com terceiros; neste caso, com a família do nosso parceiro.

Conversas, problemas, discussões, projetos de curto e longo prazo … Muitas dessas coisas que você compartilha na intimidade do seu ente querido acabam atingindo seus pais e irmãos.

Quase sem saber como, figuras que nada têm a ver com o seu relacionamento acabam dando suas opiniões e até decidindo pelo seu parceiro. Para ele, pode ser algo habitual, porque sempre o fez. Sejamos claros, não podemos tolerar esse tipo de situação.

Quando o companheiro coloca a família em primeiro lugar, é comum que eventos íntimos e privados acabem ficando arejados e essa é uma barreira vermelha que não poderemos permitir e que avisaremos com antecedência.

4. Evite ressentimentos: defina limites e faça alterações

Quando temos como parceiro alguém que mantém laços muito próximos com sua família, é comum sentir-se estrangeiro na própria casa. É como ser um elemento estranho que não encontra seu lugar. Essas situações não são saudáveis ​​e a última coisa que nos trarão é felicidade.

No caso de o casal colocar a família em primeiro lugar em cada circunstância, devemos evitar ressentimentos ou ódios contra nossos parentes por afinidade. Isso tornará a situação ainda pior.

Vamos aplicar uma visão construtiva, para tentar reeducar o casal no que significa ter um relacionamento, na manutenção de um compromisso autêntico.

Para fazer isso, definiremos limites e proporemos alterações:

-Respeitamos que a família (a da outra parte e a nossa) seja relevante. No entanto, seremos sempre a prioridade um para o outro. Ser prioridade é saber amar.

-Os problemas são resolvidos entre nós . É proibido interferir com terceiros dígitos.

-Visitas familiares são combinadas e definidas. Não é permitido que apareçam sem aviso prévio ou que estejamos sempre à sua disposição.

-Quaisquer necessidades, desejos ou preocupações são compartilhados com o parceiro primeiro.

5. Quando meu parceiro coloca sua família à frente, ele será forçado a escolher, mais cedo ou mais tarde, o que quer

Em algum momento, você terá que fazer isso.

Sabemos que não é bom obrigar o ente querido a escolher entre nós e sua família, mas há circunstâncias que não são permitidas. Se estivermos passando por um momento difícil, não veremos com bons olhos que a pessoa que escolhemos como parceiro de vida prefere passar o dia com seus pais.

Tampouco é compreensível que a cada dia e a cada momento eles coloquem as necessidades e desejos dos pais antes dos do próprio parceiro.

Você terá que escolher porque, mesmo que queira, ninguém consegue conviver com duas bandas emocionais.

A falta de maturidade em questões afetivas dói. E o apego excessivo aos pais na idade adulta causa ligações com sofrimento e fracasso.

*DA REDAÇÃO SAG. Com informações LMM. *Foto de Jeffery Erhunse no Unsplash

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