Querido ex, obrigada pelos chifres! Parece piada, mas não é.
Quando, 5 anos atrás, saí de um relacionamento abusivo direto para 20 metros abaixo do fundo do poço, a primeira pessoa que me disse que eu precisava agradecer por tudo que estava passando eu tive vontade de socar! Sim, eu era essa pessoa e não me envergonho disso.
Como assim, falida, deprimida, traída, agredida e agradecendo?
Essa história de pensamento positivo me irritava profundamente. É como aquele meme que está circulando na internet da bruxa sendo queimada na fogueira e uma moça aparece dizendo “Você precisa pensar positivo”.
Sorte dela que eu não era a bruxa e que ela estava amarrada! (Risos)
Uma das poucas vantagens de ser teimosa é a determinação.
Eu precisava entender o porquê de tantas vezes repetir padrões de relacionamento, falência, decadência… Eu queria respostas e não desistiria até encontrá-las.
E em busca destas respostas, decidi estudar sobre a onda do momento: a lei da atração, física quântica e todas as suas adjacências. Como diz o velho ditado: “quem não tem nada, nada tem à perder”.
Alinhado com isso, comecei terapia e a frequentar as reuniões da SNI.
Há muitos anos eu estava distante de mim.
Vivia no automático.
Trabalhar, pagar conta, fingir que estava feliz na vida que levava, com café para ficar acordada e comprimidos para dormir.
Eu nem entendia como havia sustentado um relacionamento (que já havia começado falido) por tanto tempo. Então veio a separação violenta e traumática. Era inevitável.
Dia após dia, fui descobrindo os padrões familiares que eu repetia, as inúmeras crenças limitantes que eu tinha sobre tudo (relacionamento, dinheiro, trabalho, família…), relembrei fatos da minha infância pelos quais, aos 30, eu ainda me culpava.
Descobri quanto ódio e mágoa eu carregava em meu coração. O quanto eu era ansiosa, vingativa, raivosa.
Tudo é energia. Tudo é vibração. Frequência. Somos como grandes códigos de barras caminhando por aí e sendo “lidos” pelo Universo, recebendo mais daquilo que está impresso ali.
O que está impresso no seu código? O que você está vibrando?
Resolvi mudar o meu código de barras. Substituir o ódio, a mágoa, a ira, por amor, empatia, compaixão, gratidão… Passei por catarses horríveis.
É óbvio! Meu subconsciente não reconhecia aquele novo código e tinha que se defender. Mas eu não desisti! Lembra da Kassia teimosa? Ela estava ali!
Eu precisava conhecer o outro lado. Precisava ser feliz uma vez na vida. Precisava tentar até conseguir.
Comecei a agradecer por tudo: o colchão furado que não me deixava dormir no chão, o teto com manchas de mofo que não me deixava pegar chuva, o emprego novo (bem diferente do que estava acostumada), a chuva, o sol, a comida na mesa.
E isso começou a ser muito natural pra mim.
No quarto, tinha meu quadro dos sonhos com imagens da casa que eu gostaria de morar, a família que gostaria de ter.
Em um caderno, anotava as coisas pelas quais era grata e em outro descrevia as coisas que gostaria de viver, com um detalhe: já agradecia por todas elas e sentia como se já as vivessem.
Meditações diversas, oração do perdão dezenas de vezes por dia, mudanças drásticas na alimentação… A luta principal era perdoar minha maior inimiga… eu.
Em alguns meses, comecei a notar que muitas coisas que anotei em meu caderno já estavam acontecendo.
Incluindo mudanças de comportamento, emprego, presentes inesperados e etc. Emocionante.
Hoje, 5 anos depois, eu me amo e me aceito, tenho uma saúde perfeita, moro numa casa muito mais linda que a do quadro dos sonhos, trabalho com o que amo, lancei 2 livros que já tiveram cópias vendidas até na Europa, minha relação com minha família é maravilhosa, sou casada com um homem incrível e nos amamos e respeitamos profundamente.
Dentre outras coisas, aprendi a ser mais paciente e grata, ajudo dezenas de mulheres que se inspiram na minha história e, com meu apoio, estão construindo uma vida mais leve e feliz… A vida que merecem ter!
Os problemas existem? Óbvio. Mas aprendi que sou maior que eles!
Entendi que estou aqui para ser feliz e sou!
Então, sim, querido ex, muito muito obrigada pelos chifres! Sem eles, não teria rasgado o véu e me tornado minha melhor versão.
Não teria, finalmente, encontrado a felicidade!
Então… Muito obrigada!
*Foto de Adrià García Sarceda no Unspla
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