Órfão cristão fugiu do Afeganistão aos 8 anos e retornou para salvar a família!
Seu irmão e ele não tiveram alternativa: precisaram fugir sem absolutamente nada nem ninguém – e o irmão ainda morreu na viagem.
Ali Ehsani tem 38 anos e é advogado. Mora na Itália desde os 13 anos, quando chegou sozinho ao país europeu como refugiado após seus pais serem assassinados e sua casa ser destruída no Afeganistão – só porque a família era cristã.
Afegãos cristãos, diga-se de passagem, são uma raridade. O Afeganistão inteiro contava com cerca de 200 cristãos até a retomada do poder pelos talibãs em 15 de agosto de 2021. Agora que o grupo fanático detém o poder no país, o número certamente se reduziu mais ainda.
A única igreja católica de todo o território afegão está fechada: ficava na embaixada italiana em Cabul e o pároco responsável foi obrigado a deixar o país durante a desocupação norte-americana, finalizada em 31 de agosto.
O próprio Ali só tomou consciência de que fazia parte da minoria cristã quando, aos 8 anos de idade, um colega muçulmano na escola o questionou sobre o fato de seu pai não frequentar a mesquita.
Ele relatou este episódio à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja (Aid to the Church in Need) que Sofre:
“Voltei para casa e perguntei ao meu pai. E ele me perguntou: quem te disse isso? Meu pai me explicou que eu não devia dizer para ninguém que éramos cristãos. Ele me contou que os cristãos iam à igreja, mas não me disse muito mais do que isso, porque tinha medo que eu falasse da nossa fé e nos descobrissem”.
Mas os rumores correram. Não demorou para que o pai de Ali Ehsani fosse preso. Também não demorou para que, após a prisão do pai, chegasse a vez também da mãe. Certo dia, o menino chegou da escola e não a encontrou mais. Naquele mesmo dia, ele sequer encontrou a própria casa: os talibãs a tinham destruído.
Órfão cristão fugiu do Afeganistão aos 8 anos
Seu irmão Mohammed, 16, e ele, 8, não tiveram alternativa: precisaram fugir do Afeganistão sem absolutamente nada nem ninguém.
“Foi uma viagem que durou cinco anos e que eu conto no livro ‘Stanotte guardiamo le stelle’ (‘Hoje à noite olhamos para as estrelas’, em livre tradução do italiano – a obra não conta ainda com versão em português). Foi uma viagem dramática pelo Afeganistão, Paquistão, Irã, Turquia, Grécia até chegar à Itália. Meu irmão morreu na viagem”.
A precária embarcação em que tentavam chegar da Turquia à costa grega naufragou e o irmão mais velho não conseguiu se agarrar a nada – ao contrário de Ali, que só sobreviveu porque se agarrou a um galão de combustível. Ele pensou naquela hora: “Se Jesus existe, Ele vai me salvar de morrer afogado”.
O menino tinha 11 anos quando ficou sozinho no mundo. Meses depois, quando conseguiu chegar à Itália, decidiu estudar para ajudar as pessoas que, assim como ele, já tinham sofrido excessivamente na vida.
Ali Ehsani cumpriu a promessa que tinha feito a si mesmo e se formou advogado.
Já adulto, conheceu outra rara família cristã que vivia no Afeganistão e passou a manter contato com eles por meio da internet, chegando a transmitir-lhes a Santa Missa ao vivo pelo celular. Um dia, porém, mesmo com o volume baixo, os vizinhos da família ouviram e a denunciaram.
O pai foi preso e nunca mais se soube do seu destino. Ali se escondeu aterrorizado durante semanas, enquanto Ehsani coordenava a sua retirada do Afeganistão com auxílio de autoridades vaticanas e italianas.
Assim como ele, aqueles refugiados também acabaram conseguindo chegar à Itália e recomeçar a vida. Ali Ehsani relata que, na primeira adoração livres das perseguições, não paravam de chorar de emoção.
Um cristão que é livre para adorar Jesus se liberta do mal que existe no mundo, e liberta os outros desse mesmo mal que assola a humanidade.
Ajudar um cristão a se libertar da perseguição precisa ser a missão de todos nós.
*DA REDAÇÃO SAG.
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