As Tatuagens marcam o perispírito? Esse foi o questionamento que nos fizeram logo após uma palestra em que abordamos o tema “Espírito, Perispírito e Corpo”.

O interesse a respeito se fundamentava no princípio da vaidade, que como defeito moral se insere no esclarecimento dado pelo Benfeitor Espiritual André Luiz:

“Toda queda moral nos seres responsáveis opera certa lesão no hemisfério psicossomático ou perispírito, a refletir-se em desarmonia no hemisfério somático ou veículo carnal, provocando determinada causa de sofrimento.” (1)

Por queda moral entende-se as ações perpetradas em desacordo com a Lei Natural, que é a Lei de Deus (2), quando o Espírito, encarnado ou desencarnado, tem consciência do que é certo ou errado.

A aparência corporal impacta em nós, em maior ou menor grau, de acordo com os valores íntimos que desenvolvemos no decorrer de nossas reencarnações, e por isso a vaidade, como tantas outras coisas, tem também uma graduação, conforme a percepção pessoal de cada um, de forma que haverá sempre uma correspondência em relação ao nosso bem-estar diante de nossa aparência, e de como desejamos ser vistos.

A respeito do bem estar íntimo, Allan Kardec questionou os Espíritos Superiores:

“É condenável ao homem procurar o seu bem-estar?

– O bem-estar é um desejo natural. Os abusos são condenáveis porque contrariam a lei de conservação. O bem-estar é condenável se foi adquirido à custa dos outros e se comprometeu o equilíbrio moral e físico do homem.” (3)

Podemos, então, raciocinar em torno de duas vertentes.

A primeira diz respeito aos valores íntimos decorrentes de valores morais, tendências e aptidões de padrão tétrico e sombrio, ou sugestivos de violência, que se perpetuam de uma reencarnação para outra.

Aqui as imagens incrustadas no corpo refletirão a sintonia espiritual com entidades e locais menos felizes do mundo invisível, e por isso tenderão a ser gravadas também no períspirito, por força da ideação do ser pensante sempre estar refletida no corpo perispiritual.

Nessas condições, poderão ser refletidas em reencarnações futuras através das conhecidas marcas de nascença, ou como enfermidades cutâneas físicas correspondentes.

Na segunda a(s) tatuagem(s) pode ser levada(s) a conta de pequeno adorno de natureza alegre ou decorativa, que se fundamentada no belo, pode se tornar uma prova de afeição ou ligação espiritual, como no caso de nomes gravados, ou ainda sintonia com a sublimidade da natureza.

Nesses casos, assim como o batom, a pintura suave, os penteados, e os pequenos adornos sempre presentes nos seres humanos, a tendência é de não se fixarem no perispírito, quando discretos e sem vínculos com a vaidade mais profunda.

Voltando à questão do bem-estar, se não há abusos que comprometam a integridade do corpo, entendendo que a pele é elemento de proteção corporal, e se também não causam mal-estar nos que conosco convivem, a tatuagem existirá somente enquanto durar o corpo físico desaparecendo com este quando do desencarne do espírito.

O gosto pelas tatuagens também podem representar reminiscências do tempo em que reencarnávamos em meio aos silvícolas e aborígenes, piratas ou vikings, e tantos outros agrupamentos humanos, e que funcionavam como indicador de posição social ou de padrão comportamental.

Nesse caso, é o passado falando mais alto no alicerce de nossas bases psíquicas.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro.









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