As vezes, Deus coloca pessoas dentro da nossa própria família para testar a nossa fé!
Ele vê nossa devoção, Ele sabe do nosso comprometimento, mas também conhece as nossas fraquezas. Nosso caminhar reto e bondoso, ainda não é o suficiente pois Ele sabe que é muito mais fácil ser bom com quem é bom com a gente, do que caminhar lado a lado com aqueles que, constantemente, nos provocam emoções negativas.
Deus quer saber se conseguiríamos ser bons também com aquele que nos humilha e difama, com aquele que revela o desamor em um mero olhar, com aquele que insiste em nos julgar, com aquele que comete falso testemunho sobre nós, que nos inveja, e nos trata falsamente.
Para uma pessoa autêntica é difícil ter que se calar frente a uma difamação, ou uma falsidade claramente detectada, e os embates, nesses casos, são inevitáveis.
Para sermos bondosos e generosos, muitas vezes pensamos que devemos nos calar frente a essas situações que ocorrem no berço familiar, mas a bondade nada se assemelha a subserviência ou a submissão.
A bondade está na verdade, em dizer com todas as letras o que o outro fez ou faz que o fere ou feriu durante uma vida toda.
Ser bom, aos olhos de Deus, e dos outros, é saber jogar limpo!
É conseguir dizer:‘Aí meu camarada, você passou do limite, a sua falsidade dói meu coração, o que podemos fazer sobre isso?”.
Na maioria das vezes, isso não dá certo! Devo confessar!
Dizer somente não surte um efeito imediato, e para os falsos de plantão, é só mais um motivo para eles te odiarem ainda mais, te chamarem de petulante, arrogante e assim por diante. Mas dizer, fará bem a você, e isso importa muito!
A pessoa pode ficar com mais raiva da gente quando dizemos o que ela nos causa, porque ela percebe que não conseguiu nos enganar, e a intenção dela era essa! E nós a impedimos de fazer o papel de vítima, de bondosa e boa samaritana, quando expressamos o que ela nos fez e/ou faz sentir.
Geralmente ela vai dizer completamente ofendida: “Nossa, mas nunca foi a minha intenção! Você é muito chata e rancorosa, Deus me livre!”
E dificilmente vai parar para analisar o seu próprio comportamento, porque negar os próprios erros é anestesiante, já encará-los, é dolorido.
Essa raiva que ela sente, diz respeito meramente a ela, não a nós! A raiva é dela, entende?
O conceito que ela formou sobre nós, também é dela, não faz parte do que somos realmente!
E é certo que o que pensam de nós, muitas vezes, quando não condiz com a verdade do que carregamos em nosso coração, pode nos ferir fortemente. Principalmente se o portador desses pensamentos hostis for da nossa família!
Tudo isso, se fosse nos apresentado fora da nossa família, seria facilmente resolvido. Viraríamos as costas e abandonaríamos o convívio!
Depois de um tempo sem ver essas pessoas, até daríamos conta de perdoar e esquecer o que nos fizeram.
No entanto, quando Deus coloca uma pessoa, ou mais de uma, dentro da nossa própria família, que nos agride com a sua falta de amor e com o seu egoísmo, que nos ofende em nossa fé, fica mais difícil virar as costas.
Mas é isso mesmo que Deus quer de nós! Que não abandonemos esses que ainda não são nossas ovelhas, porém, que não forcemos uma doutrinação, nem finjamos um amor que não existe.
Deus quer apenas que aceitemos essas situações pacificamente. Porém, pacificamente não quer dizer calados!
A discussão dentro das famílias é inevitável.
As oposições entre crenças e atitudes, e as desavenças, são reais, e Deus quer que aprendamos a ser tolerantes com o diferente, com os pensamentos discrepantes, e que apenas orientemos com amor. Como Jesus fez.
É claro que estamos longe de conceber o amor como Jesus, por isso, quando tentamos orientar, possivelmente o tiro pode sair pela culatra, mas sigamos tentando!
Deus nos mandou Jesus para exemplificar que a bondade de um ser humano pode promover um forte incomodo naqueles que ainda são muito apegados a matéria.
Pode incitar o ódio naqueles que ainda não conseguem amar de verdade, ou que principalmente, são consumidos pelo egoísmo nefasto.
Nós, que ainda engatinhamos no caminho do aperfeiçoamento interior, somos testados com essas relações tumultuadas dentro dos nossos lares, e na maioria das vezes, as conversas mais atrapalham do que ajudam.
O sentimento que vem depois de uma conversa truncada é o de decepção, e muitas vezes a mágoa, e o rancor se instalam e nos prejudicam no dia a dia.
O que fazer para que essas relações difíceis não nos adoeçam?
Como foi dito, dificilmente seremos ouvidos com o coração por essas pessoas que nos enxergam erroneamente, pois elas já formaram uma opinião a nosso respeito, e mesmo que elas digam que nos amam, que sentem muito, e que querem o nosso bem, quem é um pouco mais sensível consegue perceber que elas só jogam com as palavras para se sentirem menos culpadas por seus atos e pensamentos.
Quando paramos de desejar que todos nos aceitem e nos amem, quando estamos firmes no propósito do bem, mesmo que passemos por provações monumentais, sentimos que nunca estamos sozinhos!
Sentimos que Deus está nos segurado no colo e que tudo o que nos acontece, nos fortalece!
Que é bem melhor saber quem são os nossos desafetos para nos blindar antes do contato, do que nos condicionar a falsidade, e invigilantes, beber do veneno da maldade que transmitem.
Quem não nos ama de verdade, mesmo sendo da nossa família, sempre dará um jeito de traçar um perfil sobre nós que é meramente fantasioso.
E olha que eles conseguem fazer uma análise fria e calculista e não percebem que aquele que estão julgando é a própria imagem e semelhança que eles veem no espelho.
Ao invés de ficarmos ofendidos com o que falaram sobre nós, devemos entender que eles estão falando deles mesmos.
Se nos julgam mercenários é porque o são!
Se nos julgam interesseiros é porque o são!
Se nos julgam insensíveis, desonestos, e ardilosos, ou o que seja, e sabemos que não somos, podem ter certeza: eles se incomodam tanto conosco, a ponto de não nos querer por perto, por serem tudo isso que dizem que somos!
Eles não conseguem se identificar conosco, simplesmente, porque acham impossível existir uma pessoa que não alimente essas características que permeiam as suas crenças limitante!
Não acreditam que possam existir pessoas que simplesmente gostariam de serem amados e aceitos, e que se apegam a Deus tão fervorosamente como nós.
Muitos desses, também são devotos, possuem suas religiões e suas crenças, e para se redimirem, se confessam, ou doam valores a sua Igreja, ou até ajudam outras pessoas mais carentes, porém, continuam a destilar seus venenos por aí, e a angariar benefícios próprios se agarrando na desculpa da meritocracia.
Uns dizem com orgulho:
“Eu conquistei tudo que tenho por mérito”, “lutei e luto todos os dias e por isso venci”, olham para os desafortunados da família com olhos de julgamento e pensam: “Eles não conseguem vencer porque são preguiçosos e vagabundos, não gostam de trabalhar e por isso estão em dificuldade! Cada um tem o que merece!”.
Mas continuam vivendo uma vida anestesiada, desprovida de autoconhecimento, e não conseguem enxergar a trave no seu próprio olho!
Não conseguem porque acreditam que o dinheiro é dado por Deus por mérito!
Que o dinheiro é sinal de vitória.
Que ter é mais importante do que ser.
E não conseguem entender verdadeiramente a vida de Jesus, de Jó, e de tantos paupérrimos que não venceram pela opulência, mas sim, pelo amor, pela fé, pela certeza de que Deus não castiga com a pobreza, mas sim, testa a capacidade do homem de ser generoso e caridoso quando possui riqueza, ou de ser resiliente quando não a possui!
Pelo amor e através da fé, os pobres e humildes ganharam o reino de Deus ao longo da história, enquanto os que acreditavam que a vitória se conquista ao acumular bens materiais, se perderam nos cafundós da tristeza nos seus dias finais, quando perceberam que nada daquilo fazia sentido.
Sim meus amigos, é muito triste ter um familiar que nos julga e demonstra total desrespeito a nossa condição, ao que fazemos, ao que acreditamos, e o modo como escolhemos viver. Mas pior seria, se fossemos nós que causássemos isso tudo a ele.
A única forma que eu encontro para me blindar dessas energias que podem sim nos adoecer, é orando!
Orar me transporta para junto Daquele que me ama de verdade! Que não me julga, que não se acha melhor do que eu, que não me inveja e nunca me maltrata!
A oração me ajuda a estabelecer conexões verdadeiras e a aceitar a limitação desses que ainda fazem questão em se achar melhor do que os outros.
A oração me coloca em uma vibração onde nenhum mal consegue me atingir.
LEIA MAIS: Perdoar não mudará seu passado, mas mudará seu futuro.
Orar sempre será mais produtivo do que uma conversa com uma pessoa que não nos ama! Porque a oração munida de fé verdadeira chega até mesmo nos corações mais gelados!
Sensibiliza os mais insensíveis!
Reforma a intimidade dos mais hostis. E faz pesar a consciência daqueles que vem errando há muitos anos, em relação a nós!
Imperfeitos que somos, em muitas situações familiares, não conseguimos perdoar, apenas deixamos para lá, tentamos esquecer, nos afastamos, nos separamos, mas os conflitos, vira e mexe, acontecem, é fato! Principalmente se nos colocamos, e se expressamos o que sentimos com verdade! Aí, a bagunça acontece!
Não nos aflijamos por conta dessa bagunça toda! Tudo para renascer mais bonito, precisa primeiro, ser destruído. Sempre foi assim e sempre será.
Para uma flor crescer forte e viçosa, é preciso que a podamos de quando em vez! Mas é preciso aprender a podar corretamente, com amor, com cuidado, com verdade! Sem isso tudo, ela seca, e morre!
Aprendamos então a podar todas as arestas nos nossos relacionamentos familiares, principalmente com essas pessoas que constantemente testam a nossa fé.
Se elas precisam escutar umas verdades dolorosas as vezes? Sim, precisam!
Mas muitas palavras que saem da nossa boca, podem doer mais em nós do que no outro. Por isso, desabafem sim, digam o que pensam, sejam transparentes e honestos quanto ao que sentem, mas depois, no retiro pacificado do seu lar, orem, orem fervorosamente para que a verdade apareça, para que caiam em si, para que finalmente, consigam enxergar a trave no próprio olho!
E na medida que você vai se curando, esses julgamentos não mais te afetarão, o que pensam e o que dizem não serão motivos para sua queda, apenas envenenarão a vida deles próprios!
E dentro da bondade de Deus, pediremos também para que eles se curem, para que eles não adoeçam com o próprio veneno, para que eles possam aprender através do amor e não na dor!
Porque apesar de tudo, não desejamos mal a ninguém, e o nosso verdadeiro desejo é que o amor consiga transformar o egoísmo e o ego, em generoso relacionamento fraterno!
Quem sabe um dia! Oremos ainda mais! A nossa fé precisa ser maior do que os testes que nos são impostos!
Sigamos com fé de que tudo está como deve estar, de que Deus está vendo a nossa luta diária!
Os homens podem seguir se enganando, mas não tem como enganar a Deus, pois a nossa verdade é sentida através da fé que temos Nele!
Não são todas as pessoas que conseguem se fortalecer através da fé!
Os apegados a matéria, os que dão mais valor ao dinheiro do que a um irmão necessitado, possuem uma fé volátil, e basta serem contrariados que… a primeira coisa que perdem, é a fé!
Por mais que tenhamos dificuldade com algum familiar, a certeza de que andamos de mãos dadas com Deus fará com que nunca nos deixemos cair em depressão e desânimo, e toda vez que nos sentirmos feridos, melindrados, e vitimizados, demonstraremos que reprovamos no teste imposto por Deus.
Por tanto, não se preocupe!
Aceite o outro como ele é!
Faça uma oração, acenda a sua luz interior, e nunca deixe que ninguém tente apagá-la!
E gentilmente, deixe pra lá, a vida se encarregará de ensinar a eles o que nós não conseguimos!
Jesus é a prova de que nem todo bom exemplo do mundo consegue modificar um coração ganancioso!
Quando se sente intimidado, ele crucifica, sem dó, nem piedade!