A intolerância religiosa se caracteriza por não aceitar as crenças diferentes, e para tanto, os intolerantes agem de modo preconceituoso, por acreditar que sua religião é superior às outras.
A palavra tolerância vem do latim tolerare que significa “suportar” ou “aceitar”. É o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir. Por outro lado, a “intolerância” é não suportar aqueles que têm ideias ou condições diferentes das nossas.
Esses atos acontecem, no âmbito público e privado, através de piadas, agressões verbais, físicas, ataques aos locais de culto e até assassinatos.
Ao longo da história, a intolerância religiosa foi à base de inúmeros conflitos e guerras. Por exemplo, o Império Romano matou cristãos, a Igreja Católica na Idade Média perseguiu os “pagãos” e no Brasil, os portugueses não aceitavam as crenças religiosas dos índios e no período da escravidão proibiram os negros de cultuar os seus deuses.
O fanatismo religioso do passado e do presente é um dos maiores responsáveis para que haja a propagação da intolerância religiosa entre milhões de pessoas no mundo.
Hoje, no Brasil, isso ocorre em uma escala constante contra as religiões de matriz africana, católicos, ateus, agnósticos, teístas e as pessoas sem religião.
O nosso país é um Estado laico e a sua Constituição garante a liberdade de religião, bem como proíbe e pune qualquer tipo de intolerância e perseguição por motivos religiosos.
No entanto, o melhor caminho para opor-se a intolerância religiosa é a compreensão e a tolerância com todas as crenças religiosas, como nos ensinaram os principais mestres espirituais.
Jesus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.”
Buda: “Em verdade, jamais se destrói o ódio pelo ódio. O ódio só é destruído pelo Amor. Este é um preceito eterno”.
Maomé: “Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela e encomenda-te a Deus…”
Kardec: “Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem”.
Gandhi: “A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em considerarmos toda a família humana como uma só família. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outras, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião.”
Infelizmente existem religiões que desfavorecem as virtudes espirituais e morais ensinadas pelos grandes mestres, pois ordenam aos seus fiéis uma fé cega e uma obediência incondicional à autoridade sacerdotal, que produz um ambiente propício à intolerância religiosa.
Entretanto, as religiões saudáveis geram os “bons frutos” da misericórdia, do amor, da paz e do bem, que impulsionam o ser humano a encontrar a si mesmo e revelam o seu lugar na esfera na criação. E, sobretudo, nos ensinam a dizer não à intolerância religiosa!
FOTO:(Brian Snyder / Reuters)