Nascer, crescer, envelhecer e morrer. Viver ou existir? Seguimos o calendário, contando os dias, meses e anos. Corremos contra o tempo, em uma fila invisível que termina no dia de nossa morte. O nosso destino é único e irreversível, e ainda assim não vivemos o hoje porque estamos preocupados com o amanhã, ou nos lamentando pelo ontem.
Queremos pessoas boas a nossa volta, porém nem sempre somos bons quando temos a chance de ser presença na vida de alguém.
Queremos ser amados mas muitas vezes não somos amáveis.
Queremos a paz mundial mas não conseguimos nem manter a paz com os nossos vizinhos.
Queremos tudo da vida, mas nem sempre estamos dispostos a abrir mão de alguma coisa para poder realmente viver.
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Queremos acabar com a fome no mundo, mas muitas vezes olhamos mendigos com nojo e desprezo, e pouco entendemos sobre o que é realmente caridade.
Queremos o fim da corrupção, mas furamos a fila, e muitos fazem qualquer coisa para se beneficiar, mesmo que isso signifique prejudicar outra pessoa.
Batemos no peito para impor nosso desejo de sermos respeitados, mas não oferecemos nosso assento para gestantes, idosos ou pessoas debilitadas.
Torcemos o nariz para moradores de rua, temos medo, achando que todos são bandidos, alguns infelizmente ainda julgam os irmãos quem tem a cor da pele diferente da deles.
Condenamos as escolhas alheias como se fossemos Deus, mas somos os primeiros a gritar nas passeatas pedindo pelo fim do preconceito, do racismo, e da desigualdade .
A vida é uma contradição, sim, e a única coisa que podemos fazer é torná-la o mais bonita possível, fazer nossa parte sempre, dar nosso melhor todos os dias, e acima de tudo, viver ao invés de só existir.
Se tivesse a oportunidade de falar com a morte antes de ser a sua hora de morrer, talvez assim como no filme, ela te diria, para não esquecer de ver a beleza oculta, para não se perder nas distrações do caminho que te impedem de ser feliz, por isso viva o hoje, hoje e agora, porque daqui a pouco pode ser tarde demais.