A mulher e o mendigo: A verdade é que ninguém se importa com o sofrimento alheio.
Algumas mídias têm mostrado a história de uma mulher que foi flagrada pelo marido tendo intimidades com um morador de rua dentro do carro no Distrito Federal. Ele achou que sua esposa estava sendo abusada então, surrou o sem teto. E a história se tornou viral.
Esse mendigo se tornou um “mito”, e desde então, concede entrevistas contando os detalhes sórdidos sobre o episódio. Mas um diagnóstico médico assegurou que a mulher possui um quadro de doenças psíquicas, numa fase maníaca psicótica, que necessita de internação e que no momento do ato, ela estava em surto.
Aliás, os surtos psicóticos são comuns em nossa sociedade, visto que os avanços tecnológicos, o aquecimento global, as transformações sociais e outros fenômenos estão provocando mudanças bruscas no estilo de vida atual, afetando a psicodinâmica das relações humanas.
Durante os episódios de surtos psicóticos, os sintomas predominantes são alucinações e delírios. Em outras palavras, é uma sensível perda de conexão com o mundo real, resultantes de comportamentos e pensamentos desordenados, que é incompatível com o princípio da realidade.
A história que virou um evento midiático, demonstrou como a sociedade trata de forma insensível, uma pessoa que está em sofrimento mental.
As pessoas não estão nem aí se a mulher e o mendigo são pessoas com fortes problemas mentais. Porém, o que importa é expor ao ridículo um homem feio e sujo que teve relações íntimas, numa situação esdrúxula, com uma mulher bonita e sarada.
Isso, que viralizou nas redes, estimula o princípio do prazer, trazendo à tona os desejos recalcados no inconsciente dos sujeitos, que curtem casos espetaculares, que revelam traços perversos do voyeurismo, do exibicionismo e do sadomasoquismo.
A verdade é que ninguém se importa com o sofrimento alheio.
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