Nós, seres humanos, diversos em sentimentos e emoções, em sabedoria e ignorância, muitas vezes entendemos a amizade como uma troca de favores apenas. Mas ela não está nem de longe vinculada e obrigada a isso!
A amizade verdadeira é um bem que nunca morre, ela dura a vida inteira e permanece viva em nossos corações mesmo após a morte.
Ela nos motiva e nos envolve em uma permanente vontade de fazer o bem ao outro, mesmo quando o nosso ego orgulhoso, nos inclina a vaidade de querer que façam por nós o mesmo!
A amizade verdadeira é uma necessidade que brota silenciosa e que nos leva a andar de mãos dadas e a enfrentar toda e qualquer situação de braços abertos!
É a certeza de que devemos nos doar, aceitar, e entender, perenemente!
Ela nos faz querer encarar a vida de frente!
Querer ser porto seguro!
Querer navegar por mares nunca antes navegados! E nos arriscar em marés que por vezes, aparentam ser assustadoras!
A amizade verdadeira nos faz corajosos a ponto de, mesmo temendo situações imprevistas, sentir a certeza de que sempre será mais fácil suportar os revezes da vida, ao lado daquele que nos conforta!
Envoltos em uma constante fragilidade emocional, muitas vezes, nos jogamos em amizades igualmente frágeis.
Buscamos consciente ou inconscientemente, situações que nos colocam em relacionamentos, que simplesmente, espelham a nossa vulnerabilidade momentânea.
Essas relações são aquelas que nos trazem decepções constantes.
Que são movidas por apegos infundados, por ciúmes e sentimentos, em sua maioria, devastadores.
Essas conexões que atraímos nos afetam emocionalmente e causam reações imprevistas, que surtem efeitos contrários, e acabam por nos fragilizar ainda mais.
Elas nos trazem mais dor do que amor.
E por tanto, acabam nos mostrando que não eram verdadeiras, que eram apenas ilusões de corações sedentos por amor.
E a coisa complica ainda mais quando desejamos e imaginamos um amor que ainda é desconhecido internamente por nós, e portanto, impossível de ser expressado em palavras ou em atitudes, por quem ainda permanece na periferia do sentimento verdadeiro.
Mas quando uma amizade verdadeira se estabelece, ela dura a vida inteira!
Ela nos encoraja, nos cativa, nos faz melhores do que éramos antes.
A admiração que sentimos pelo outro, mesmo conhecendo as suas limitações e os seus defeitos, nos fortalece de tal maneira que desejamos ardentemente que a vida nos permita seguir juntos, passo a passo, ora ajudando, ora sendo ajudados.
Sem que tenhamos que cobrar ajuda alguma, nem que tenhamos que ser cobrados, muito menos que precisemos mendigar atenção e/ou forçar situações que nos faça sentir amados.
Porque a amizade verdadeira já vem com o selo do amor! Testada e aprovada pelos corações de ambos!
Ela é rara, principalmente nos dias atuais, onde as relações parecem mais efêmeras.
Essa sensação de impermanência que sentimos, é uma mera distração, é apenas uma projeção do modo como estamos encarando a vida.
Se um amigo querido se afasta, se não recebemos a reciprocidade que tanto almejamos, se por acaso, não obtemos satisfação na troca, nós mesmos nos isolamos e procuramos novas moradas para o nosso coração aflito.
Isso não diz nada sobre o outro, mas diz muito sobre nós!
Porque a amizade verdadeira nada exige, apenas doa, apenas se faz presente, apenas se coloca a disposição!
E esse é o grande desafio da vida: se colocar a serviço, plantar amor, e esperar o tempo da colheita!
E mesmo que a safra não vingue de primeira, persistir, e perseverar, até que a nossa semente caia em terreno fértil.
Porém, poucos estão dispostos a esperar as fases ideais de floração de cada um.
Poucos conseguem entender que cada semente plantada, necessita de um tempo distinto de maturação e crescimento.
Estamos afloradamente carentes, e somos imediatistas demais!
A nossa necessidade de aprovação nos leva a condenar constantemente as atitudes alheias.
Falamos mal dos nossos próprios “amigos” em rodas de conversas.
Possuímos a necessidade de julgá-los e condená-los sem o menor remorso.
Nos distanciamos por motivos bobos e acreditamos que estamos certos, mesmo quando errados, porque temos grande dificuldade em admitir os nossos próprios erros.
Por essas e outras, as nossas relações acabam de maneira efêmera.
Nós temos o poder de afastar aqueles que nos querem bem, com atitudes mesquinhas e egoístas.
Para que a amizade se torne verdade perene e companheira de jornada, temos que amar e nos colocar a disposição!
Amar até os defeitos do outro, e aconselhar se tivermos algo bom a dizer!
Aprender com os julgamentos, mesmo se equivocados!
Acolhe-los em nosso coração e perdoar as nossas falhas e a dos outros, entendendo que ninguém nunca será perfeito, visto que nós também não somos!
Exigir perfeição do outro para que sejamos seus amigos é uma prova do desamor que existe em nós.
Já que desejamos ardentemente que nos perdoem quando erramos, devemos perdoar também, e não remoer os acontecimentos, mas perdoar requer esquecimento e virada de página!
Amizade exige resiliência até para entender que nem eu, nem o outro, ainda conseguimos estabelecer vínculos tão sinceros!
Agindo de maneira autentica, atrairemos para perto de nós, pessoas tão autenticas quanto!
Façamos o bem, sem olhar a quem, e essa ação sucessiva nos fará bem também!
Mesmo que não recebamos o mesmo amor de volta, esse amor foi plantado, e de uma forma ou de outra retornará a nós, em amizade, ou em bençãos que serão enviadas por Deus!
Devemos acordar para essas vitimizações internas, para essas rachaduras morais que ainda carregamos!
Simplesmente parar de mendigar atenção e de querer que os amigos adivinhem nossas insatisfações mais profundas!
Quando paramos de nos vitimizar, as coisas começam a se ajeitar magicamente, as demonstrações de carinho começam a chegar espontaneamente, e passamos a dar glória a vida que colocou seres tão especiais em nosso caminho!
Seja o amigo que você quer ter!
É no desprendimento e no desapego, que as amizades verdadeiras nascem e crescem fortes!
Já disse que ama os seus amigos hoje?
Pode ser que um precise tanto do outro que andarão de mãos dadas por mais muitos e muitos anos!
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