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Amor a gente não pede, não. Amor a gente dá.

Amor a gente não pede, não. Amor a gente dá. Se receber amor de volta, muito bem.

É a vida nos sorrindo. A gente agradece e aproveita. Isso é só o que nos cabe. Aceitemos.

Agora, quem dá amor com uma das mãos e estende a outra pedindo amor em troca está mais para o comércio do que para o amor. É um comerciante. Não um amante.

É claro que você e eu amamos esperando que nos amem de volta. Em algum lugar dentro de nós, arde a chama miúda e azulada da esperança.

Quem sabe o fulano ou a beltrana nos goste também? Quem sabe o sicrano corresponda? Quem sabe?

Mas ahhh… essa vida é caprichosa!

Pode ser que a gente ame e o amor não venha de volta. Pode ser que a reciprocidade se perca no caminho e não apareça. Pode ser.

Quando isso acontece, vergonha na cara! A nós só nos resta aceitar.

Não se pega ninguém pelo colarinho e se determina “eu amo você e você vai ter de me amar de volta nem que seja amarrada”. Não!

Quem acha isso justo não entendeu nada ou não tem nenhum pudor de praticar chantagem emocional, sadismo e mendicância.

Meu sentimento de amor por alguém, amor de verdade, já devia me fazer bem de qualquer maneira.

Gostar de uma pessoa, pensar nela à noitinha, admirar-lhe o jeito, ser grato por ela existir, amar a sua presença no mundo provocam em mim um gosto novo pela vida.

Só aí o amor já deu certo. Já cumpriu o seu papel. A energia amorosa que nasce em mim e que eu envio a alguém já é um presente raro e bonito pelo qual eu devia agradecer.

O amor é a energia mais poderosa da vida. Você e eu amamos para continuarmos vivos!

E quando amamos alguém e esse alguém não fizer o mesmo em relação a nós, se lá dentro dele não nascer também um sentimento parecido em relação a nós, paciência!

É assim que é.

Se não estiver bem assim, passemos a mão em nossas coisinhas e partamos para outra, amar outro alguém noutro lugar, em outro tempo. Até encontrarmos o que esperamos.

Não há outro jeito.

Amar e ser amado é um ofício.

Como todo trabalho, começa em nossa disposição para a labuta, em nosso ímpeto de oferecer.

Na lida, no esforço. Na vida que se constrói todos os dias.

O amor é doação. A gente dá, não pede. Pedir amor não é amor. É chantagem emocional.

André J. Gomes

Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.

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