Amor de mãe é o remédio que cura as feridas da alma! Encontramos no amor de mãe o remédio que vem da leveza do que é verdadeiro.
Há um sentimento único que somente é explicado quando transcrito por quem realmente o viveu que, de tão raro e único, só pode ser revelado por intervenção de quem cognitivamente sente este sentimento alguma vez na sua vida, ou cumpriu com maestria essa função tão importante: ser mãe.
Quem ainda não cumpriu esse papel, só possui uma leve ideia do que é esse sentimento que invade por completo a alma de uma mulher.
Nós homens, temos uma compreensão um tanto quanto limitada desse amor, imaginamos como poderia ser esse amor despretensioso e que é capaz de oferecer a própria vida para salvar o filho, mas só temos uma leve ideia.
Alguns homens tentam, se esforçam e conseguem desenvolver qualidades mais comuns às mulheres e conseguem se aproximar ainda mais desse sentimento incondicional.
Algumas pessoas conseguem estabelecer um paralelo do que sente uma mãe ao adotar um animal de estimação, por exemplo. Os cuidados que dariam ao próprio filho se o tivessem, são direcionados ao seu “bichinho”, que deixa de ser um “animal”, para ser chamado de “filho”, e amado como se fosse um.
Tanto que sentem em seus corações que eles são seus filhos, que tomam para si uma responsabilidade extremada dos cuidados que devem ser feitos, do amor que sentem, da dor quando adoecem, da preocupação quando saem de casa e os deixam sozinhos… E essa relação, meio que oferece a eles a oportunidade de abalizar o que é ser mãe de verdade.
A compreensão sobre o ser gerado estão nas nuances de um conhecimento que vem de dentro, da gestação, onde a mãe alimenta o filho, dela mesmo, durante nove meses, e depois, durante a amamentação, lhe oferece o necessário para a sua formação e sobrevivência.
O amor também nasce com o cuidado, um exemplo são as mães adotivas que alimentam esforços e doam todo o seu amor a um ser humano que não foi concebido por elas, e esse doar constante contribui para que produzam os hormônios da satisfação e do amor incondicional.
O remédio pode virar veneno
Muitas pessoas fazem fortes julgamentos às mães que tiveram. Esses julgamentos causam desconforto e uma forte desconexão com esse amor verdadeiro.
Quando a alma está ferida, podemos até buscar no mundo o remédio para o alívio, receberemos conselhos e produziremos pensamentos que confortam a dor, mas é na mãe, que encontramos a vontade de quem realmente quer o bem, sem trocas, sem propósitos, sem motivos e com um único sentido, o amor verdadeiro, único e indiscutível.
Muitos poderão dizer: “Mas a minha mãe me abandonou”! “Minha mãe é egoísta!” “A minha mãe é possessiva e controladora!”.
E os julgamentos continuam…
Para o amor, não importa nada disso.
Nada que a nossa mãe tenha feito de errado poderá apagar o bem mais valioso que ela nos deu: A VIDA.
Tendemos a nos iludir e esperar que nossas mães sejam perfeitas, que hajam conforme esperamos, que nos dê motivos para nos orgulhar através do exemplo, mas essas exigências que fazemos a elas é o nosso maior erro!
Esse julgamento excessivo nos leva a abdicar do único remédio que poderá curar as nossas dores mais íntimas: O SEU AMOR.
A nossa mãe é aquela que nos conhece dentro da alma desde o nosso nascimento até o desenvolvimento.
Aquela que conhece a nossa essência inocente e acompanhou de perto ou de longe no que nos transformamos.
A emoção da mãe pode distorcer a razão para o tipo de sofrimento que feriu a alma do filho. Mas isso não deve ser usado como repulsa, e sim, precisa ser posto em equilíbrio já que a total frieza da razão pode ferir a emoção, e é esta, que por sua vez, alimenta a satisfação para a felicidade.
Encontramos no amor de mãe o remédio que vem da leveza do que é verdadeiro.
Amor que podemos contar de olhos fechados. Pular de costas de um precipício e saber que ela estará lá para nos segurar. Porque sempre que o mundo virar as costas pra nós, a mãe estará de frente, e de braços abertos para nos acolher.
E até quando não encontramos abrigo nas horas difíceis nos braços de nossas mães, podemos entender esse ato como um ato de amor, pois essa recusa nos fará mais fortes, nos fará correr atrás dos nossos objetivos e da nossa sobrevivência. Nos fará entender que podemos viver a nossa própria vida, que temos condições de fazer por nós! E desse modo, nos tornamos pessoas mais confiantes, independentes e autorresponsáveis.
Porém, se insistirmos em lamentar a ausência da mãe, ou se nos forçarmos em estabelecer um elo de dependência com ela ainda na fase adulta, perderemos a oportunidade de nos nutrir de seu amor, que é fonte impulsionadora e de esperança, para nos tornarmos doentes crônicos, viciados nesse remédio “amor” que não surtirá o efeito esperado.
Afinal, tudo que abusamos, e que não encontra equilíbrio em nós, nos adoece, nos engorda, ou nos mata.
Saibamos beber dessa fonte de amor com equilíbrio e paremos de julgar as nossas mães!
Sejamos gratos hoje e sempre, independente de suas qualidades e defeitos, simples e tão somente, pelo maior presente que elas nos deram: A VIDA.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com
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