Pessoas são assim. Existem as mais difíceis e as mais fáceis. As mais fáceis de encontrar são em geral as mais difíceis de conviver. Estão aos montes por aí. Disponíveis para aporrinhar o primeiro que aparecer.
Você tropeça numa árvore e uma dúzia delas desaba sobre a sua cabeça. Estão em todo canto. São chatas, irritantes, complicadas, ciumentas e inseguras, entre outros defeitos.
Já as mais difíceis de achar são aquelas com as quais a gente convive em total harmonia e com a maior facilidade. Você não encontra uma a cada esquina. Elas são raras, valiosas, especiais e… chatas, irritantes, complicadas, ciumentas e inseguras, entre outros defeitos.
Verdade é que todos somos ora fáceis, ora difíceis.
Depende do ambiente em que estamos inseridos e das pessoas que ali estão.
Uns vão achar você a figura mais agradável do mundo, outros vão apostar que você é o ser humano mais intragável da face da Terra.
Acontece.
Cada um é o que é. Cabe a nós manter a dignidade de poder escolher as pessoas com quem queremos estar, aquelas que têm, no mínimo, valores parecidos com os nossos.
Difíceis e fáceis de conviver seremos todos, uma hora ou outra.
Se a nossa convivência se tornou sofrida por qualquer motivo, talvez o problema não sejamos nós, mas justamente o duro exercício de convivermos um com o outro.
Se somos incompatíveis, tudo o que merecemos um do outro é respeito e distância.
Reconheçamos.
É raro encontrar pessoas com quem a nossa convivência seja fácil o tempo inteiro.
Uma hora a gente se estranha.
É assim que é.
Mas com jeito, com afeto, com responsabilidade e com amor a gente se arruma e segue em frente.
Faz parte do ofício de dividir o mesmo tempo e o mesmo espaço com outras pessoas.
Compreender e aceitar essa peculiaridade humana é que é dureza. Perto disso, conviver com gente difícil é mole.