Dói quando aquele que você ama te abandona na hora que você mais precisa!
Quando as coisas estão indo bem, quando você está se sentindo feliz, enquanto tudo caminha de acordo com o esperado por todos é fácil se manter presente e oferecer o seu ombro, o seu apoio, a sua atenção amorosa. Mas basta um desentendimento, um conflito de interesses, uma regra imposta descumprida ou não concordada que aquele, a quem oferecemos o que temos de melhor, o nosso mais puro e íntegro amor, nos vira as costas e simplesmente diz: Vou viver uma vida nova.
Já ouviu essa história alguma vez?
O mais dolorido é perceber que a “‘nova vida” que ele escolheu viver é tão velha quanto andar para trás, e literalmente, vemos o tanto que ele retrocedeu, voltando a estaca zero, se jogando no abismo que a sua própria imaturidade e ingratidão o meteu.
Dói muito perceber que todos os anos que convivemos harmoniosa e amorosamente podem se dissolver em meros segundos por questões que poderiam ser resolvidas de uma maneira adulta e amorosa.
Machuca perceber que a gente vale tão pouco na visão do outro.
Que as nossas necessidades não serão atendidas por ele, por um forte motivo: porque ele não quer.
A gente fica se perguntando até onde vai a frieza de um ser humano ao deixar de lado toda uma história para seguir por um caminho já conhecido e que ambos sabem que não é a melhor opção…
Até onde vai a teimosia de uma pessoa ao analisar uma vida inteira em apenas dois segundos?
E ele decide ir embora, assim, rispidamente, e abandona o barco, exatamente naquele momento de nossas vidas onde mais precisávamos do seu apoio para não naufragar. Mas ele simplesmente joga a toalha e diz: Eu vou embora!
Contando assim parece muito mais triste do que realmente é, parece que não somos importantes de fato para o outro, mas ao analisar mais de perto podemos sentir que o fato de ter fugido da situação não representa exatamente o que ele sente.
Ele foge quando não sabe como lidar com as próprias angustias existenciais, e finge para os outros, no ambiente onde foi se abrigar, que tudo está bem com ele, que ele tem ótimos planos, que ele ainda não sabe como será, mas no momento, só quer se aproveitar mais um pouquinho da oportunidade de não ter que se preocupar com absolutamente nada.
Não podemos fugir das responsabilidades e abandonar coisas e pessoas que necessitam da nossa atenção e carinho.
De repente, as críticas e as atitudes forjadas por controles planejados começam a traçar as rotas, e nós simplesmente permitimos, passivamente. Até que em um instante de lucidez, a gente acorda em um belo dia e percebemos o tempo que perdemos nos escondendo dentro de um olhar pequeno que nos limita e nos impede de ver a beleza que existe nas diferenças de opiniões.
Não nos atentamos ao tanto que as nossas atitudes impensadas fizeram sofrer aquela pessoa que sempre nos ajudou a nos libertar das amarras que nos prendiam a esse olhar limitado diante da vida.
E depois que o mal já foi feito, a ferida já sangra, a dor se instala, é bem complicado retomar de onde paramos. Mas a possibilidade de retomada existe se houver um real arrependimento, e se não demorarmos tempo demais para isso.
Nos retirar, simplesmente, é extremamente doloroso e, infelizmente, é bem difícil de engolir. Quem abandona aquele que diz amar?
O que mais dói nesses casos é quando a gente sabe que existe amor, mas não existe cumplicidade.
É fato que a cumplicidade é o que alimenta o amor, e o amor precisa de alimento diário para sobreviver.
Esse alimento pode vir de inúmeros lugares, e até energeticamente podemos enviar amor aos outros a distância, mas isso precisa acontecer de fato, precisamos sentir esse amor chegando, precisamos nos apoiar mutuamente, caso contrário, a gente se perde um do outro para sempre.
É preciso que estejamos sempre atentos a necessidade daquele que nos ama e que nós dizemos amar, e não fugir ao primeiro sinal de desentendimento.
Apoiar aquele que tanto precisa nos momentos difíceis e celebrar as vitórias resultantes dessa ajuda é o caminho que compõe o am.
Uma parceria deve nos dar segurança, nos respeitar e nos envolver em um campo de proteção.
O amor dura para sempre sim, quando nós nos tornamos eternos na vida do outro.
Padre Fábio de Melo disse isso uma vez, e eu concordo, mas como fazemos para nos tornar eternos na vida do outro?
Nunca abandonando o barco por temer a tempestade.
Precisamos apoiar quem dizemos amar! Mas às vezes, aquele que você mais ama vai abandona na hora que você mais precisa!
O fato é que não devemos depender emocionalmente de ninguém. Precisamos aprender a nos virar sozinhos e quando estivermos fortes e saudáveis, mentalmente e psicologicamente, aí sim, poderemos dividir a nossa vida com alguém. Porque estaremos inteiros e não seremos metade procurando outra metade para nos completar.
Se fortaleça!
Busque a inteireza do seu ser e não culpe ninguém pelas suas fraquezas emocionais! Você é totalmente capaz de se refazer sozinha, e de ressurgir das cinzas como uma linda fênix!
Não fique aí parada com essa cara de cachorro abandonado, você poderá, como ele, ter um destino muito melhor. Acredite!
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