Coronavírus: “Pessoas idosas não devem se expor de jeito nenhum, deve-se reduzir ao máximo a possibilidade de contágio”, disse Fábio Janete, médico do Incor, em áudio que viralizou.
As últimas semanas foram intensas para os médicos do mundo todo. A divulgação do áudio(veja transcrição completa abaixo) do médico do Incor, Dr. Fábio Janete, alertando sobre a pandemia e as necessidades de novos leitos, onde ele faz uma projeção de contágio um tanto quanto assustadora está rodando freneticamente as plataformas virtuais, e vem gerando um alarde generalizado, foi comentado pelo infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingenciamento do Novo Coronavírus em São Paulo. A sua análise sobre o áudio foi publicada pelo G1, onde ele explica que houve uma reunião entre, Ésper Kallas, Marcelo Amato e ele, onde foi vislumbrado o “pior dos mundos”, cenário necessário para que os médicos de linha de frente possam estar preparados caso, a pandemia aconteça de fato.
Escute o áudio disponibilizado pelo G1: ÁUDIO
No áudio Janete prevê que cerca de 45 mil pessoas devem contrair a doença na Grande São Paulo nos próximos meses, mas Amato explica que essa é a visão de um cirurgião, que precisa se ater ao pior cenário para que possa elencar soluções possíveis. “Cabeça de cirurgião cardíaco é assim: ele pontua, interpreta e resolve”, afirmou Uip durante coletiva sobre a doença no Palácio dos Bandeirantes.
Ainda de acordo com Uip esse planejamento é necessário e não se trata de alarmar a população. “O Incor tem uma unidade de terapia intensiva pra insuficiência respiratória que é comandada pelo professor Carlos Carvalho, essa unidade treinará todas as unidades de insuficiência respiratória dos hospitais do estado. Ela foi montada para um momento como esse”, diz.
O que foi comentado e já é sabido pela maioria da população mundial é que o vírus é mais agressivo em pessoas idosas. “Nos velhinhos a mortalidade tem chegado a 15%, 18% e, nos jovens, a 0,2%”. “Pessoas idosas não devem se expor de jeito nenhum. Reduzir ao máximo a possibilidade de contágio”.
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Como se precaver? O que é devemos fazer e o que não é necessário fazer?
No Brasil, até as 19h desta quarta, o ministério da Saúde havia confirmado 52 casos e 907 suspeitas em 23 estados além do Distrito Federal. Durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, garantiu que a rede laboratorial do SUS está reforçada. “Todas as unidades da federação estarão aptas, até o dia 18 de março, com equipamento, com kit pronto para fazer o teste dentro do seu estado. Não vai precisar mandar amostra para lá ou para cá”, disse Mandetta.
Os meios de se prevenir do contágio são basicamente os mesmos de uma gripe comum:
1- Lavar constantemente as mãos com água e sabão por pelo menos 3 minutos;
2- Usar álcool em gel disponível na mesa de trabalho, especialmente se o trabalho for de atendimento ao público;
3- Tossir cobrindo a boca e o nariz com o cotovelo e não com as mãos;
4- Evitar ambientes lotados onde há aglomeração de pessoas;
5- Manter a distância de pessoas com tosse e febre;
É recomendado o uso de máscaras?
María Neira, diretora de Saúde Pública da OMS, afirmou à rádio SER que o uso de máscaras “onde o vírus não circula não serve para nada”.
E também por isso, a indicação de uso de máscaras não aparece nas orientações do Ministério da Saúde.
Segundo os médicos, a transmissão da doença é feita pelas gotículas que se espalham após a tosse, por isso, ideal seria que apenas as pessoas que já estão infectadas utilizassem a mascara para impedir que essas gotículas se espalhem no ar. Por tanto, não é necessário sair comprando mascaras. Lavar as mãos e se manter distante de locais cheios já é o suficiente.
Estou gripado, acho que pode ser coranavírus, o que devo fazer?
Nesse caso é importante usar a máscara do caminho de casa até o hospital. Segundo Izabel Marcílio, médica epidemiologista do núcleo de vigilância epidemiológica do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Se no HC chegar alguém que o médico achar que essa pessoa é suspeita, ela já sai do hospital de máscara, é recomendável não usar o transporte público, que fique isolada em um cômodo da casa bem ventilado, e que não divida os talheres e copos. A recomendação é que ela fique assim até que os sintomas desapareçam, o que dura cerca de sete dias. Mas se o resultado der negativo antes, ela está liberada.
O resultado sai entre um e dois dias”, explicou.
Grupo de risco
O grupo de risco são as pessoas mais idosas, com doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes ou doenças obstrutivas crônicas”, diz o professor Helder Nakaya, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
O que é aconselhado?
Ficar em casa, trabalhar home office, e caso não seja possível, principalmente para as pessoas idosas, mas serve para todas as pessoas, não manter contato físico, como tocar, beijar e abraçar, e manter distância razoável ao conversar.
DA REDAÇÃO SEU AMIGO GURU – Com informações G1 e El País
CRÉDITO IMAGEM: Ilyas Tayfun Salci / Agência Anadolu via Getty Images