Muitos foram os teóricos que se dedicaram ao estudo das emoções, que se “descortinaram” em uma série de abordagens que vão da Cognitiva, que prega que as emoções dependem do conhecimento que temos acerca do estímulo que as desencadeiam, às Neurobiológicas, que associam as emoções a determinadas regiões do cérebro, em particular ao sistema límbico, estrutura cerebral existente nos mamíferos que diferenciam sensações agradáveis e desagradáveis. Semanticamente, Emoção significa movimento para fora, e exprime bem a ideia de algo que irradia do interior em direção à superfície, que se exterioriza.
Dentre as abordagens que se destacam, a Teoria de James-Lange, desenvolvida por dois importantes fundadores da Psicologia moderna, o norte-americano Willian James e o dinamarquês Carl Lange. Esta teoria argumenta que as experiências emocionais se dão principalmente em função da percepção de alterações físicas.
Outra importante teoria psicoevolutiva é a de Robert Plutchik, que definiu a existência de oito emoções básicas, a partir das quais todas as outras se formariam.
São elas:
1 – Raiva;
2 – Medo;
3 – Tristeza;
4 – Nojo;
5 – Surpresa;
6 – Expectativa;
7 – Confiança;
8 – Alegria;
Essas são emoções biologicamente primitivas e que evoluíram para aumentar a aptidão reprodutiva dos animais.
Cada uma destas emoções inspira um instinto básico de sobrevivência: o medo, por exemplo, atiça o impulso de luta ou fuga.
Cada uma destas emoções evoluiriam para outras (secundárias), que ao combinarem-se entre si, dariam origem aos sentimentos.
Por exemplo:
A evolução da alegria é a serenidade; a da confiança é a aceitação. E a serenidade combinada com a aceitação é o equivalente ao sentimento de amor.
Desta forma compreende-se a diferença entre emoção e sentimento, sendo este segundo o resultado do processo de evolução e combinação das emoções primárias ligadas ao incremento da capacidade adaptativa do homem.
De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, são cinco a emoções básicas:
1 – Preocupação;
2 – Tristeza;
3 – Medo;
4 – Raiva;
5 – Alegria;
Cada uma delas encontra-se relacionada a um sistema de órgãos e vísceras do corpo e, se excessivas, tanto podem representar sintomas de patologias nestes sistemas como podem ser, elas próprias, as causadoras destas patologias.
No entendimento desta filosofia milenar, todos deveríamos ser como crianças, fluindo livremente pelas emoções sem nos fixarmos a nenhuma – a criança uma hora está feliz, no momento seguinte está triste, para logo depois sentir raiva ou medo, e voltar a estar feliz cinco minutos depois.
Devemos nos mover pelas emoções, assim como a terra se move em torno do céu originando as várias estações do ano.
Os problemas emocionais – e físicos, que ocorrem de modo concomitante – ocorrem justamente pela fixação em determinadas emoções. Esta seria a origem do sofrimento.
De uma forma ou de outra, em todas estas teorias observa-se a característica de motilidade das emoções – evoluindo, tornando-se mais complexas, combinando-se entre si.
O papel das emoções sobre a saúde física e psíquica é enorme, posto que são elas que ditam, muitas vezes de modo inconsciente, os comportamentos humanos.
Na verdade, o problema não é a emoção, e sim o que é feito a partir do que sentimos.
Não existe problema nenhum em sentir tristeza – a tristeza é um sentimento humano que todos nós, mais cedo ou mais tarde, experimentaremos.
O problema passa a existir quando, em função da tristeza, nos afastamos dos amigos, das situações sociais, temos uma queda de desempenho no trabalho e não sentimos desejo ou vontade de nada a não ser ficar em casa.
Aí temos um problema que, se não percebido e tratado a tempo, pode evoluir para um correspondente físico alterando a fisiologia cerebral e dando origem a um quadro depressivo.
De acordo com tudo o que foi dito até agora, diante do sofrimento a saída parece ser olhar para dentro.
E começar a:
1- Analisar onde e quando ele começou;
2- Quais são os sentimentos que atualmente estão atuando em nossa vida;
3- Avaliar que tipo de combinação de emoções está dando origem a ele;
4- Mergulhar na investigação e conhecimento destas emoções;
Existe uma série de técnicas bastante úteis neste sentido, da Psicoterapia à Meditação, passando pelas abordagens mente-corpo como a Acupuntura e o Qi Gong.
Outras ferramentas, como o uso de florais, ervas medicinais e aromas específicos também são bastante eficazes.
O autoconhecimento é uma linda jornada, às vezes tumultuada, mas sempre muito importante e absolutamente fundamental para a obtenção de uma qualidade de vida maior, e uma melhor relação consigo mesmo.
“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”, dizia uma inscrição na entrada do Oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios (650aC – 550aC).
“Conhece a verdade, e a verdade vos libertará”, completou Jesus Cristo, 500 anos depois.
Todos os caminhos apontam na mesma direção, na direção da verdade própria de cada pessoa, único caminho para a felicidade.
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