Errar é humano, mas quem não se martiriza e se autoflagela com o erro?
Fonte de doloridos arrependimentos e remorsos capazes de entristecer toda uma vida, o erro tem destruído famílias, amizades, sonhos, amores.
O problema não é o erro em si, que sempre pode ser reparado ou superado, mas o sentimento de pecado que vem intrínseco a ele.
Errar, em nosso inconsciente, é quase que uma transgressão divina, algo que não pode ser feito, que tem consequências punitivas que transcendem este mundo.
ERRO, UMA OPORTUNIDADE PARA A AUTOTRANSFORMAÇÃO
Erro e culpa convivem juntos e nos atormentam até que possamos compreender que, sem um olhar compassivo sobre algo que é natural e inerente ao ser humano, não teremos paz em nosso coração.
Errar precisa ser encarado como processo de aprendizado, oportunidade para nossa autotransformação, gerando evolução regular e edificante a partir das experiências desastrosas.
Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice, diz o ditado popular. Nada mais coerente e acertado. O que faz o homem inteligente é justamente sua capacidade de aprender com os erros. Quem não é inteligente, ao menos, emocionalmente falando, não consegue admitir o erro e corrigir seu comportamento.
Permanecer no erro por 10, 20, 30 anos, não se trata apenas de teimosia. Tem muito a ver com a autoestima.
Admitir que estamos no caminho errado não é tarefa fácil. Muito mais fácil é permanecer na segurança de nossas crenças eternas. Apenas os que conseguem baixar a cabeça, assumir uma postura de humildade e rever atitudes errôneas são capazes de aprender com o erro. Os vaidosos podem passar toda uma vida mantendo opiniões, ações e caminhos que causam enorme sofrimento, sem dar o braço a torcer.
Por isso, sermos alertados de que estamos seguindo por uma trilha errada pode ser uma benção se tivermos segurança e autoperdão suficientes para darmos meia volta e recomeçarmos.
Desistir de um erro é muito difícil, mas em nome dele milhões já morreram em guerras e hospitais, por exemplo.
Por isso, é urgente encarar o erro como oportunidade de aprendizado e transformação, compreender que a perfeição não existe e não permitir que ele tenha poder devastador sobre nossas emoções.
A pessoa sadia emocionalmente admite o erro e procura melhorar-se a partir desse aprendizado.
Perdoar-se por ter cometido um erro é apenas o início de um processo libertador para a mudança. Tentativa e erro – não tentativa e acerto – fazem parte da vida de todo ser humano.
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