Elas continuam regando eternamente para que continuemos gostando, porém, elas não gostam da gente não, só gostam de sentir o tanto que gostamos delas!
Sempre que estivermos em um relacionamento, poderemos ter dúvidas quanto ao tanto de reciprocidade que vem do lado de lá.
Seja no tocante a amizades, a famílias, a emprego, seja no amor, vez ou outra a gente acaba se questionando quanto à validade dos sentimentos envolvidos, dos nossos e dos outros.
Queremos ter certeza do retorno afetivo, queremos dar e receber na mesma medida, porque é assim que nos sentimos completos, é assim que não existe solidão acompanhada.
É assim que deveria ser, porém, às vezes não é.
Muitas vezes, o retorno parece não vir, o olhar não se volta em nossa direção e as mãos do outro nunca procuram as nossas.
Na verdade, cada pessoa tem sua própria maneira de sentir o mundo, de lidar com os sentimentos e expressá-los, ou seja, o lado de lá não será idêntico ao nosso lado e nossas expectativas jamais estarão plenamente acomodadas.
Isso não quer dizer, entretanto, que não existe comprometimento, parceria ou reciprocidade.
Existem várias formas de demonstrar o amor e é preciso estar atento a formas outras de expressão afetiva que não as nossas.
Ainda assim, haverá retornos que não corresponderão ao que queremos simplesmente porque não haverá nada a retornar!
Não haverá volta de nada além do eco vazio do reflexo da própria solidão.
O outro, nesses casos, apenas nos terá como um mimo, um enfeite que massageia o ego dele, um estepe seguro e certo ali do lado.
Sempre existirá quem não goste verdadeiramente de nós, mas apenas quer nos manter ali gostando dele solitariamente.
Enfim, nada como a certeza de que somos amados para tranquilizar nosso coração, para sanar nossas dúvidas eventuais e serenizar a nossa alma.
Se houverem dúvidas demasiadas, será a hora de repensar o que vale ou não a pena regar.
Entender a forma de amar do outro é necessário, mas aceitar não ter nada de volta é como regar flores mortas. Não se humilhe a esse ponto.
* O título deste artigo baseia-se em citação de Wil Castro.