Talvez o segredo das amizades duradouras sejam o implacável barranco entre a convivência confortavelmente invasiva e o recolhimento carinhoso do respeito.
Por Murillo Leal
A amizade genuína não vive apenas de telefonemas frequentes, de cerimônias protocolares, de obrigações solenes.
Ela está justamente nos churrascos de datas improvisadas e nos acasos mais providenciais.
Há uma certa beleza na amizade sem cobrança.
É bonito quando ninguém sente-se menos amigo por desleixo.
Algumas amizades apenas são.
Faço sim questão de entender que amizade de verdade não dá em árvore!
E por isso, preciso alimentá-las com eventuais farturas, mas quando não podemos estar sempre presente, estamos diante do pecado irreversível do amor natural.
Há amizades que simplesmente resistem a toda impessoalidade, distância e acaso.