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Maternidade – Quando nasce uma mãe, nasce o amor inexplicável

Uma mãe nasce no momento em que o bebê vem em direção a ela com os olhinhos fechados, ela nasce nas noites sem dormir olhando a respiração e pensando: como eu consegui?

Uma mãe não nasce com as listrinhas do exame de farmácia indicando positivo, não nasce na primeira consulta e nem mesmo na primeira ultrassonografia, não nasce do choro guardado quando escuta o som do coraçãozinho do bebê, também não nasce das várias consultas que enfrentará sentindo o coração apertado na chegada e aliviado na saída, a mamãe não se faz de todos os palpites que começam a chegar em enxurradas, nem dos medos e incertezas sobre o que está por vir.

Uma mãe nasce no momento em que o bebê vem em direção a ela com os olhinhos fechados, ela nasce nas noites sem dormir olhando a respiração e pensando: como eu consegui? Ela nasce na primeira vez que o bebê pega o peito e mama com fome e na primeira fralda a ser trocada, nasce quando percebe que por um bom tempo ela não terá seu momento de tomar banho tranquilamente, passar horas na internet e nem assistir suas séries favoritas, ela nasce quando entende que agora ela não é mais só, nunca mais será só.

Quando uma mãe nasce uma mulher dentro dela se despede, seja ela a egoísta, solitária, independente ou a medrosa, indiferente, irresponsável.

A mãe que nasce chora e ri, sabendo que ali se encerra um ciclo para que outro nasça e ela pode até fazer um curso de aprendizado, pode ler todos os livros e se munir de conhecimento sobre ser mãe, mas eu lhe garanto uma coisa, a mãe nasce simplesmente do amor que brota e já transborda e tudo é assim, muito imediato e independe do passado, de uma história, de algo de fora, nascer uma mãe é transcender em conhecimento.

Ela não sabe de onde vem toda a sua destreza com a maternidade, porque parece que ela sempre soube tudo a respeito disso e contrariando todos os palpites e informações, ela vai fazendo o seu caminho, a sua forma de ser mãe, o seu jeito de tratar um resfriado, a sua forma de amamentar ou não, o tempo certo da introdução alimentar, ela vai quebrando as barreiras e tantas opiniões, que ainda que venham com as melhores intenções, sempre dão um jeito de induzir a culpa então ela vai descobrindo o seu jeito, seu e do seu bebê e ali a cumplicidade também nasce.

É isso mesmo, com a mãe nasce um universo inteiro, de descobertas e presentes singelos que se fazem únicos. Em cada olhar, gesto ou forma de balbuciar uma nova descoberta, tudo é primeiro, tudo é curioso. E dois caminhos começam a serem traçados.

Ser mãe é um presente sim, mesmo com todos os contratempos e adaptações, vale tudo isso para chegar em casa e ver aquele sorrisinho maroto e um abraço que cabe o mundo de tão aconchegante.

Eu costumo dizer que, meu filho não veio para aprender, ele veio para me ensinar e muitas vezes eu olho para as nossas fotos ao longo desses sete meses e percebo que, aparentemente eu estou com ele nos braços mas quem me movimenta é ele, é ele que me revirou da cabeças ao pés e faz cair fichas todos os dias.

Os filhos são pequenos mestres que nos ajudam a deixar o olhar mais doce e apurado sobre a vida, nos mostram direções que antes eram inimagináveis, eles são como bússolas que orientam o coração para buscar o melhor de nós mesmas.

Não estou aqui para dizer que ser mãe é doce, porque não é. Da vontade de sentar e chorar, pedir colo e a gente reza pra alguém falar, deixa eu ficar com ele um pouquinho para você dormir um pouco, às vezes, fora da consciência, a gente sente vontade de correr para algum lugar, chorar, descabelar e desistir de tudo, as noites sem dormir, o sono picado, a alimentação irregular, as caminhadas interrompidas, os assuntos com as amigas que deixam de ser interessantes, porque você só quer saber o preço da fraldas, qual o tipo de leite que não resseca o intestino ou como você faz para que o bebê durma uma noite inteira, as amigas sem filhos então desaparecem, e o que resta é solidão, uma solidão meio que acompanhada, porque ainda que tenha alguém ao seu lado, como o marido ou a mãe da mãe, a mãe que nasce sente-se desamparada e sozinha de uma forma que não consigo explicar.

Com o tempo tudo isso passa e todos os entendimentos chegam no lugar, e esse lado dos dissabores da maternidade são pequenos comparados à grandeza dos momentos de olhos se olhando e brilhando, de sorrisos e gargalhadas que soam como músicas calmantes.

A maternidade é uma experiência única, engrandecedora e transformadora. Sua cartilha ensina mais sobre a vida que anos de vivência aleatória, ela faz adentrar a sua essência e mostra a você que, ser mãe é forma mais fácil de se aproximar do Divino, que Deus vem pertinho do portal por onde as mães passam quando estão prestes a dar a luz, nesse momento experimentamos uma mistura mágica de entrega e renovação.

A maternidade já carrega o nome subentendido em si, a eternidade de amar e, acrescento, livre de qualquer condição, é amor em si e pronto.

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Carol Daimond

Carol Daimond, mineira de Divinópolis, bacharel em Direito e apaixonada pelas palavras entrelaçadas, mãe, mulher e terapeuta thetahealer, uma mistura de mulher que a cada dia se reinventa em busca da sua melhor entrega em partilha para o mundo. Sua jornada como escritora começou de brincadeira e tem se tornado cada dia mais a sua marca pessoal de verdade e essência.

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