O pior estranho é aquele que você tanto conheceu.

É incrível como a vida da gente dá uma reviravolta, né?

Parece que não tem uma lógica de ser, principalmente quando falamos de pessoas que já foram muito amigas ou o companheiro de anos e anos, e deixam de ser.

É bem confuso, o reencontrar e enxergar como estranho aquele que já participou muito de nossas vidas, acompanhando todos os momentos, sejam de alegrias ou de tristezas.

Passa-se um filme na nossa cabeça da importância que tiveram em nossas vidas.

Lamentamos de alguma forma, pois já chegaram a ser importantes alguma dia de alguma forma ou de outra.

Não deixamos de reconhecer a força e a ajuda recebida quando mais precisávamos e da comemoração de todas as vitórias juntos no passado, mas que no presente é indiferente e mal sabemos explicar esse paradoxo.

Apenas tentamos buscar uma resposta sensata, que mais parece ser uma perca de tempo e em vão.

Olhamos para o “estranho” com um flash de “saudosismo” despido de sentido, pois tudo muda, inclusive nós mesmos.

Os sentimentos mudam e não há como resgatar, nem mesmo os bons, por mais que percebamos o amadurecimento no outro.

Paixão passa, acaba, morre e vida que segue. Não retroage.

Tudo passa: as afinidades, os assuntos, o amor, o carinho, a cumplicidade, o ódio, o rancor, a admiração…

Passa-se a vontade de conviver…. Passa-se o bem querer e também o ódio mortal.

Como se aquele conhecido nunca tivesse existido e não existisse mais.

Nem lembramos de sua existência e quando o reencontramos casualmente é indiferente e não sentimos absolutamente nada e a menor vontade e necessidade de puxar assunto.

O passado fica muito bem resolvido para nós. O ciclo se fecha, sem a necessidade de voltar atrás para resolver algo que ficou pendente e mal resolvido.

Aliás o assunto acaba morrendo junto, isso quando chegou a existir e se existiu realmente.

Um bom dia, boa tarde e boa noite passa a ser até demais. Nos perguntamos porquê isso acontece e a partir de então concluímos que o embarque e desembarque de pessoas em nossas vidas é algo normal e atinente a todos.

A saída de pessoas é um mal necessário para dar espaço para outras chegarem. A impressão que se tem é que foi concluída a missão e que dali para frente não nos acrescentará em nada mais e vice-versa.

Somos fruto de todas as pessoas que passaram por nossas vidas e que contribuíram de alguma forma para o ser humano que nos tornamos.

Se fossemos parar para pensar como éramos a anos atrás, chegaríamos à conclusão de que mudamos e muito, não apenas a aparência, mas principalmente a maneira de agir e pensar.

Nos tornamos estranhos para nós mesmos, imaginem então os outros e o para os outros. Somos moldados constantemente. Dia-a-dia revemos nossos valores.

Quantas vezes nossos preconceitos foram derrubados em virtude da convivência com alguém que nos fez enxergar o quanto estávamos equivocados.

Outras vezes a nossa vontade de tentar acertar foi tão grande, que nem sempre pudemos perceber que fomos induzidos a erro por nós mesmos ao buscarmos o que era melhor apenas para nós, esquecendo o fato de que vivemos em sociedade e que a nossa autossuficiência é insuficiente.

O equilíbrio é sempre bom, pois não vivemos ilhados e muito menos ancorados num único Porto Seguro, por melhor que seja e por mais que não desejamos sair da nossa zona de conforto.

É imprescindível a busca constante do que é melhor para todos. Somos livres e devemos usar essa liberdade a nosso favor.

Devemos caminhar de acordo com o andar da carruagem, sem avançar demais e sem recuar demais, para não corremos o risco de ficarmos sem saber o que estamos fazendo direito.

Ponderar sempre!

Tentar analisar todos os ângulos é essencial para o bem comum de todos.

O mundo gira e a vida atenta acompanha o mundo girar.

Vivemos em constante movimento e mudanças.

O mundo não gira, capota, ao nos dar a oportunidade de revermos as mesmas pessoas de outrora totalmente transformadas e com uma nova visão das coisas e isso de alguma forma contribuirá ainda mais para o nosso desenvolvimento como pessoas por mais que não precisemos nos envolver com as mesmas com os vínculos de outrora, seja como melhores amigos, marido/mulher, colegas.

Sempre haverá uma nova versão de nós mesmos e de todos que estão a nossa volta.

Talvez seja esta a principal razão de ser tão complicado qualquer tipo de relação interpessoal.

O mundo muda, eu mudo, você muda, nós mudamos e tudo muda, numa verdadeira máquina de fazer doido se formos parar para tentar entender.

Ninguém é dono de verdades absolutas e é a troca de experiências e de conhecimento que nos fazem crescer e evoluir como seres humanos.

Nos cegamos ao enxergarmos apenas o que é bom para nós mesmos e esquecemos que vivemos em prol de outras pessoas também, aliás somos seres sociáveis e o embarque e desembarque de pessoa é o que nos dá a oportunidade de poder contar com novo alguém e diferente disposto a nos mostrar uma nova visão do mundo, demonstrando que nem sempre estamos totalmente certos.

São as muitas pessoas que passaram e passarão por nossas vidas que farão a diferença, pois serão capazes de trazer a força da transformação do real significado da palavra evolução.

São as diferenças dos diversos pontos de vistas do meio em que vivemos que nos acrescentará algo, dando-nos a condição necessária para sairmos do casulo da limitação do nosso conformismo e egoísmo, nos levando à transformação do encontro da verdadeira liberdade do saber apreciar a vida sem as neuras e sem os medos que nos impedem de ser verdadeiramente felizes.

A própria vida gerenciará o embarque e desembarque das pessoas que precisamos para chegarmos prontos ao nosso destino final.

Estamos aqui de passagem para sermos lapidados e transformados num diamante apto a desfrutar da vida eterna que tem sido preparada para todos nós.

Estamos aqui de passagem com a única finalidade de aprender e é por esta razão que apreendemos, aprendemos e morreremos sem saber.

*Foto Lucas De Man/ meramente ilustrativa/ Divulgação

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.