Seguindo as determinações do Papa Francisco, Bispos da Europa e EUA pediram “prioridade máxima” para desarmamento nuclear. O atual tratado para limitar os seus arsenais nucleares entre Estados Unidos e Rússia expira em fevereiro de 2021.
Todos estamos preocupados com a pandemia, mas quase ninguém se preocupa com o arsenal bélico com capacidade de destruição em massa que esses dois países, juntos, possuem. Eles detêm mais de 90% de todo o arsenal nuclear do planeta.
Preocupados com o constante investimento desses países em seus arsenais bélicos, os bispos norte-americanos e europeus emitiram uma declaração conjunta pedindo “prioridade máxima” na ratificação do compromisso de ambas as nações com o desarmamento nuclear.
O arcebispo dom David J. Malloy, presidente do Comitê Episcopal sobre Justiça Internacional e Paz, dos Estados Unidos, e o arcebispo dom Rimantas Norvila, presidente da Comissão para as Relações Externas da Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia (COMECE), assinaram conjuntamente o documento que foi enviado nessa semana.
Escreveram os bispos:
“Se o Novo Tratado Start expirar em fevereiro de 2021, Estados Unidos e Rússia não terão, pela primeira vez desde 1972, limites juridicamente vinculantes e verificáveis para os seus arsenais nucleares estratégicos, o que também poderá ter implicações significativas para a segurança europeia e a paz global”.
Último acordo aconteceu em 2010
Em 2019, Washington e Moscou suspenderam as obrigações do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado em 1987 por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev. Informação essa, muito preocupante.
O último acordo que envolveu as duas partes aconteceu em 8 de abril de 2010, e encontros entre representantes dos governos russos e americanos começaram a acontecer agora, no mês de junho.
Sabendo desses novos encontros, Dom David J. Malloy e dom Rimantas Norvila pediram, em nome dos bispos, que o diálogo entre Rússia e EUA se caracterize “pela sabedoria e construção da confiança e cooperação” e dê ao controle de armas e ao desarmamento nuclear “a máxima prioridade“.
“o horror de uma potencial guerra nuclear” parecia distante após o fim da guerra fria, mas, ao mesmo tempo, “recentes desdobramentos geopolíticos recordam que o mundo permanece em grave perigo”, lembraram.
O episcopado norte-americano e europeu também convidaram os fiéis a rezarem “por um diálogo frutífero, que reverta em necessário controle dos armamentos, mas que o ideal seria o desarmamento, promovendo um mundo mais pacífico e justo”.
A pedido do Papa
A declaração conjunta dos bispos faz votos de uma global abolição das armas nucleares, já pedida pelo Papa Francisco em sua viagem ao Japão, onde o pontífice prestou homenagem às vítimas da bomba de Nagasaki.
Na ocasião, Francisco declarou:
“Que a oração, a incansável busca de acordos, a insistência no diálogo sejam as ‘armas’ em que deponhamos a nossa confiança e também a fonte de inspiração dos esforços para construir um mundo de justiça e solidariedade que dê reais garantias para a paz”.
*Da Redação Seu Amigo Guru. Com informações Aleteia.pt
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