Outro dia, tive uma crise de ansiedade que me fez duvidar da minha capacidade, do meu eu, dos meus projetos e sonhos pessoais. Quanto menos eu tentava pensar, mais eu pensava em tudo o que queria ter realizado e não realizei até o momento. Quanto mais eu tentava encontrar caminhos pra fugir desse monstro que eu mesmo criei, mais eu me via perdido em ruas sem saída.

E ansiedade é um bicho estranho, às vezes não existe motivo algum pra gente ter medo, não existe razão alguma pra gente se sentir inseguro, mas a gente se sente mesmo assim porque ser ansioso é conviver com a pressa de ser feliz, é querer que as coisas deem certo, tudo ao mesmo tempo, porque antes de tentar a gente já pensa nas possibilidades de dar errado.

E então o bicho do tamanho de uma formiga, se transforma em um monstro de sete cabeças. A gente sente algo crescer dentro da gente, desproporcionalmente. A gente sente algo engolir a gente, de dentro pra fora. Devorando aos poucos, a vontade de seguir, e então, é quando a gente se sente cada vez mais incapaz.

Em meio a essa crise de ansiedade, parei um pouco e mergulhei fundo dentro de mim. Disse pra mim mesmo que iria ficar tudo bem e que eu não precisava me culpar por coisas que nem aconteceram ainda. Foi difícil entender, mas só a gente pode derrotar os monstros que criamos.

Pra me livrar da ansiedade eu tentei meditação, assisti vídeos sobre yoga, fiz exercícios de respiração, tentei dormir pra esquecer alguns pensamentos bobos, afastei pessoas e fugir de relações que me deixava ainda mais inseguro, pra não ter que lidar com ela (a ansiedade) me perturbando quando as pessoas não agiam como eu pensei que agiriam.

A parte mais importante disso tudo, foi me reencontrar em meio a crise e entender: que eu não devo me culpar pelas escolhas do outro, que não devo me autossabotar pela fuga do outro, que preciso respeitar o meu tempo pra não tropeçar nos meus próprios passos, que não preciso construir paranoias pra tentar justificar o fim de alguma relação.

Entendi que a única maneira de domar a ansiedade é não mergulhando nos pensamentos soltos que ela traz. E quando se sentir inseguro, quando sentir que algo não vai dar certo, quando algo acabar, não se culpe, em hipótese alguma se maltrate, não se autossabote.

E entenda, as coisas vão acontecer da maneira que precisam acontecer, no tempo que necessitam pra que aconteçam. Os finais acontecem pra todo mundo, em algum momento, por alguma razão – ou nenhuma, a gente só precisa aceitar e entender que vai ficar tudo bem.

Sempre digo pra mim mesmo: ”você é uma pessoa incrivelmente foda, respeite o seu tempo, o seu momento, respire e siga em frente.” Tem dado certo pra caramba.









Sou recifense, 23 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes de romance, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Dramático, intenso e extremamente intuitivo. Leio horóscopo, sorrisos e corações partidos. Escrevo cartas e me meto em dar conselhos, - até agora, eles tem servido como remédio pra muito gente.