Não quero só alguém que me toque e arrepie meu corpo, não é suficiente para mim alguém que sussurra aos meus ouvidos e explora.
Quero alguém para estar junto, e se não for possível, que a gente se sinta próximo, de mãos dadas ou de mãos grudadas na tela do celular conversando sobre tudo, enquanto a distância aumenta, a saudade se espalha pelo nosso corpo, e a vontade só cresce.
Eu quero alguém não para chamar de meu, nem usar esses pronomes possessivos, porque possessividade é como jogar o amor no porão do nosso peito, quando na verdade, ele deveria ocupar toda a casa.
Eu quero alguém que entenda que eu não vou abrir mão de mim para viver pelo outro, eu vou viver por mim e encaixar o outro nisso tudo, porque acredito que é assim a maneira mais leve e sadia de amar.
Compartilhando o que sou, complementando o que o outro já é.
Eu quero alguém que olhe para mim e consiga me enxergar além da minha pele e das marcas que carrego, que perceba os meus defeitos e me ajude a ser melhor, que entenda que eu posso ser inteiro, mas que já fui machucado, tocado, algumas vezes quebrado, e que existem algumas infiltrações nas rachaduras que tenho… e de vez em quando eu desmorono.
Tenho um pouco de insegurança, às vezes de medo, mas, apesar de tudo, ainda sou amor e só quero alguém que seja amor também, que compreenda que na grandeza desse sentimento não cabe o egoísmo.
Alguém que seja para mim nada mais do que aquilo que procura ser para si mesmo.