Spray nasal promete matar coronavírus antes da infecção
Uma equipe da Columbia University e Cornell University, nos EUA, desenvolveu um spray nasal que ataca o vírus da Covid-19 diretamente.
Em um estudo recém-lançado, o medicamento foi eficaz na desativação do novo coronavírus antes que ele pudesse infectar as células.
Como todos os vírus, o SARS-CoV-2, precisa invadir as células para se reproduzir.
O vírus injeta seu RNA no núcleo da célula e sequestra o sistema celular para criar cópias de si mesmo, matar a célula e espalhar os novos vírus, pra infectar outras células.
Para ter acesso a uma célula, é necessária uma “chave” que se encaixe na fechadura da proteína na superfície da célula. No caso do SARS-CoV-2, chamamos isso de proteína espinho, e é aí que o novo bloqueador de spray nasal ataca.
A proteína espinho “descompacta” quando se conecta a uma célula e expõe duas cadeias de aminoácidos que compõe a proteína.
Desativa o vírus
O spray nasal contém uma lipoproteína, que possui uma cadeia complementar de aminoácidos ligada a uma partícula de colesterol.
A lipoproteína se conecta à proteína espinho, aderindo a uma das cadeias que, de outra forma, se ligaria a um receptor na célula e permitiria que o vírus a infectasse.
Com essa lipoproteína no caminho, o vírus é desativado.
Dura 24 horas
O estudo, que até agora só está disponível no servidor de pré-impressão bioRxiv, mostra que o spray de lipoproteína interrompeu completamente a infecção viral nos animais do experimento.
A equipe estima que o spray permanecerá em torno das células do nariz e dos pulmões por aproximadamente 24 horas.
Temperatura ambiente
Ao contrário de tentativas semelhantes de bloquear o SARS-CoV-2 que dependem de anticorpos e outras proteínas complexas, uma lipoproteína não necessita de nenhum tipo de armazenamento especial.
Ela pode ser transportada como um pó seco e armazenado em temperatura ambiente.
Isso poderia torná-lo ideal para desacelerar a disseminação da COVID-19 em países pobres com acesso limitado a cuidados médicos.
Testes
O estudo é baseado em testes com de furões, vários dos quais receberam o spray de lipoproteína real e vários que receberam um placebo.
Os animais foram usados porque são suscetíveis a muitas infecções respiratórias humanas.
Eles foram propositalmente expostos ao coronavírus.
Os animais medicados não contraíram COVID-19, mas os controles (que tomaram placebo) sim.
Serão necessários estudos adicionais para confirmar o medicamento é seguro antes que qualquer teste em humanos possa começar.
*DA REDAÇÃO SAG. Com informações SNB *Foto:Pixabay
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