Temos que vencer “o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira”, diz arcebispo de Aparecida
Em missa solene na manhã desta 4ª feira (12.out), Dia de Nossa Senhora Aparecida, o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, se referiu ao ódio, à mentira, ao desemprego e à incredulidade como “dragões” e disse que Maria irá vencê-los.
“Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão que é o tentador, o dragão que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira, e a mentira não é de Deus, é do maligno, e o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade”, explanou o arcebispo.
Enquanto o candidato a presidência, Jair Bolsonaro promovia um evento particular com os seus apoiadores no mesmo horário bem perto dali, na tentativa de enfraquecer o dia de Maria, Dom Orlando fez questão de enaltecâ-la.
“Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à Justiça que o povo merece porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida”.
A fala foi recebida como uma indireta ao atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, que compareceu à cidade e tentou tumultuar e persuadir os visitantes para comparecer ao seu “comício” e macular a festa da fegura feminina mais importante para a Igreja Católica.
O seu opositor, Lula, optou por não pedir votos no dia da virgem santíssima.
Ao final da missa, questionado, o arcebispo esclareceu que o Presidente era bem-vindo e demonstrou respeito:
“Não posso julgar as pessoas, mas nós precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos, então precisamos ser fiéis a nossa identidade católica, mas seja qual for a intenção, (ele) vai ser bem recebido, porque é o nosso presidente e é por isso que nós o acolhemos”, disse o religioso.
Dom Orlando pediu para que todos exerçam o poder do voto e que respeitem o resultado das urnas.
“Nós vamos ter que acolher aquele que for eleito com o voto e o poder do povo. Vamos votar. É a democracia que ainda existe. O poder do voto, a soberania do povo. Isso que nós devemos falar, devemos ajudar o povo a votar.
Mas o arcebisbo deixou claro que não devemos inventar mentiras para benefício próprio.
“Há uma diferença entre buscar a verdade e buscar interesses. É muito diferente a verdade da ideologia. A gente tem que ser muito sincero. Nós temos um compromisso ético com a verdade, com a verdade na política. Mas a política caminha muito pelos caminhos ideológicos, que são de grupos e interesses, às vezes, pessoais”, afirmou.
Em tempos de fake news e negação de Deus, o arcebispo frixou:
“Isso que é importante: distinguir a ideologia e a verdade. Para nós, a verdade é nosso senhor Jesus Cristo e o Evangelho”.
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*DA REDAÇÃO SAG. COM INFORMAÇÕES UOL E G1.
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