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Uso de álcool na adolescência: Más companhias ou problema familiar?

Uso de álcool na adolescência: Más companhias ou problema familiar?

O alcoolismo é um grave problema de saúde pública e a doença pode dar sinais já no primeiro gole, por isso, o uso de álcool na adolescência deve ser visto com atenção e preocupação.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 3,3 milhões de pessoas morrem no mundo, tendo como conseqüência o uso excessivo do álcool e mais de 200 doenças estão relacionados ao seu uso.

De acordo com o CID-10, o alcoolismo é classificado como transtorno mental e comportamental causado pelo uso da droga, álcool.

No Brasil, de acordo com o CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), o consumo total estimado é equivalente a 8,7L por pessoa, quantidade esta superior à média mundial. Estima-se também que homens consumam 13,6L por ano, e as mulheres, 4,2L por ano.

Ainda de acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), quase 6% de todas as mortes no mundo são atribuídas total ou parcialmente ao consumo de álcool. Além destas informações estatísticas relevantes, a ONU (Organização das Nações Unidas) também se pronunciou advertindo que o álcool causa maior numero de óbitos que tuberculose, Aids e violência juntos.

Problemas pessoais e sociais causados pelo uso excessivo de álcool

O alcoolismo é uma doença crônica que traz prejuízos biopsicossociais. Em outras palavras, o álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central que traz conseqüências negativas, não somente para aqueles que o consomem, mas para todos que convivem com ele.

O uso de álcool interfere na saúde pessoal e desestrutura suas relações interpessoais, tais como familiares e relações lavorativas, inclusive produzindo danos econômicos, seja a nível individual ou socioafetivo, devido aos gastos com a saúde e com problemas relativos a infrações de transito e violência de uma maneira geral, particularmente a violência doméstica.

Todos estes fatores dificultam de, certa forma, a reinserção social do indivíduo, visto que, quem está sob o efeito da bebida, geralmente pode apresentar comportamento violento e/ou condutas inadequadas, as quais o usuário poderá se arrepender depois; no entanto, o indivíduo já perdeu um certo “crédito” diante da avaliação social de sua conduta, que é percebida como uma pessoa descontrolada, desequilibrada ou inconseqüente.

Na adolescência

O uso de álcool geralmente inicia-se na adolescência, em momentos recreativos com o grupo de amigos, seja por descontração em festas ou para terem sentimentos de pertencimento, aceitação e socialização.

Adolescer não é um processo simples, nem fácil. Diante de sua complexidade, a adolescência é um período caracterizado por mudanças, sejam fisiológicas, hormonais, bioquímicas e comportamentais.

Todas estas alterações se traduzem como uma necessidade de psico-socio-adaptaçao por parte do adolescente para o enfrentamento de um espaço que deixa de ser o infantil para adentrar em uma fase de novas experiencias, possibilidades e descobertas.

O adolescente não é mais criança, mas também não é adulto. Sendo assim, é esperado que o adolescente, em face a tantas mudanças, apresente oscilações de humor, mudanças comportamentais, vulnerabilidade social e suscetibilidade a problemas emocionais.

Além disto, nesta fase da vida, os adolescentes encontram-se motivados a explorar o ambiente e por este motivo é necessário que a família esteja preparada para lidar com problemáticas que dizem respeito às drogas, sexo e comportamentos de risco de uma maneira geral.

A principal ferramenta é o diálogo e por este motivo os pais devem procurar estar efetivamente e afetivamente próximos aos filhos, buscando informações sobre questões que norteiam o seu mundo e da companhia dos mesmos.

Em outras palavras, procure participar da vida do seu filho adolescente de uma maneira que não seja invasiva, mas não menos pontual, para compreender as dinâmicas do processo do adolescente, bem como do grupo e das companhias que este freqüenta.

Muitas vezes, os adolecentes só estão querendo chamar a atenção dos pais para uma falta, falta de carinho, falta de aceitação, falta de amor, falta de respeito, … Ou estão querendo se autoafirmar em seus grupos. Por isso, é preciso estar presente na vida do adolescente para evitar que ele entre em um caminho sem volta, ou que perca anos de sua vida em um estado de vício depressiativo.

*DA REDAÇÃO SAG.

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Soraya Rodrigues

https://www.facebook.com/FechamentodeCicloeRenascimento/?fref=ts Soraya Rodrigues de Aragão é psicóloga, psicotraumatologista, escritora e palestrante. Realizou seus estudos acadêmicos na Unifor e Universidade de Roma. Equivalência do curso de Psicologia na Itália resultando em Mestrado. Especializou-se em Psicotraumatologia pela A.R.P. de Milão.

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